MST presenteia Belo Horizonte com o Armazém do Campo

Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST

Com um ato político, que contou com a presença de autoridades, representantes de movimentos sociais, culturais, e de um expressivo público, foi inaugurado em Belo Horizonte o Armazém do Campo, mais um espaço de comercialização permanente de produtos da Reforma Agrária.

O espaço fica numa localização privilegiada da capital mineira, na esquina da avenida Augusto de Lima, na região do Barro Preto, com a avenida do Contorno, que circula todo o centro planejado de BH. “Eu achei ótimo espaço. Sempre busco produtos da agricultura familiar, e ter um espaço permanente nessa localização da cidade é facilitar o nosso acesso a eles. Além do mais, é um projeto que rompe com o modelo imposto pelo agronegócio, e que é monocultor e que destrói a natureza. Então para mim, como moradora de Belo Horizonte, é maravilhoso ter esse espaço aqui”, disse animada a bancária aposentada Luciana Pereira.

Sônia Maranho, do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), destacou a dimensão política da inauguração do Armazém do Campo em Belo Horizonte. “Esse armazém é mais do que um armazém. Esse armazém está carregado de luta, de história, de resistência, e da articulação da construção de um projeto popular para o Brasil, que o MST vem travando há muitos anos. E construir um projeto para o Brasil nessa conjuntura de golpe, de crise do sistema capitalista, implica que devemos nos articular com os centros urbanos, onde está a maior parte da população. Portanto, inaugurar esse armazém é promover um processo de politização, de unidade entre o campo e a cidade. Esse, com certeza, será um território de referência para nós do campo e para a população urbana que passa a entender a importância dessa luta para todo o Brasil”.

Durante a manhã desse sábado (25), passaram pelo evento diversas autoridades, como o ex-ministro Nilmário Miranda e os deputados estaduais do Partido dos Trabalhadores (PT), Rogério Correia e Dr. Jean Freire. “Não tem como não me emocionar. Eu, que vim do Vale do Jequitinhonha, sou filho de um trabalhador e uma trabalhadora rural, vê esse espaço, com produtos orgânicos, fruto da arte que é trabalhar a terra, a água, a agricultura, de tantos trabalhadores. Isso aqui mostra o que é o MST, o que é a luta pela Reforma Agrária”, afirmou Freire, emocionado.

“Nós podemos passar a vida inteira sem precisar de um médico, de um engenheiro, mas nós precisamos dos trabalhadores rurais pelo menos três vezes ao dia: no café-da-manhã, no almoço e no jantar. E é por isso que é preciso valorizar essa agricultura camponesa, porque é o que ainda nos dá esperança de seguir lutando pelo nosso país”, ressaltou o deputado, que aproveitou para levar pra casa uma cesta de produtos.

A experiência do Armazém do Campo também acaba provocando outras iniciativas de promoção da alimentação saudável. Jeferson Silva, coordenador-geral do Sindicato dos Eletricitários (Sindieletro), afirmou que o sindicato pretende colaborar para ampliar a distribuição dos produtos da Reforma Agrária nos espaços da categoria. “Já começamos a dialogar para levar alguns desses produtos para serem comercializados nos nossos espaços de trabalho, para fortalecer essa luta, e mostrar à população de Belo Horizonte, e à nossa categoria dos eletricitários, a importância da luta pela Reforma Agrária, a importância de todo o trabalho do MST”.

O Armazém do Campo de Belo Horizonte oferta grande oferta de produtos, com mais de 250 itens comercializados a preços acessíveis para a população da capital mineira. Durante esse sábado e domingo (26), as atividades de inauguração contam ainda com apresentações culturais, culinária da terra e feira de artesanato, que fazem parte do Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária, edição regional metropolitana.

A loja está localizada na Avenida Augusto de Lima nº 2136, Barro Preto. A partir da segunda-feira (27), o espaço estará aberto ao público de segunda a sábado, das 8h às 22h.