Famílias despejadas em SC se reúnem com governador do estado

Na ocasião, os Sem Terra entregaram um dossiê com informações sobre a produção das famílias no local e sobre a truculência da polícia no processo de desocupação realizado no dia 29 de novembro
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Da Página do MST 

Nesta terça-feira (12), representantes das famílias do acampamento Marcelino Chiarello e da direção do MST,  se reuniram com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo. As famílias demandaram providências e entregaram um dossiê com informações sobre a produção das famílias no local e sobre a truculência da polícia no processo de desocupação realizado no dia 29 de novembro, em Faxinal dos Guedes.

O documento entregue ao governador inclui relatos e imagens mostrando a terra antes da desocupação, com lavouras e hortas produzindo, as criações de animais e toda a organização das famílias que ocupavam a área, que pertence ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e que o próprio órgão cancelou o registro dos títulos da família Prezzotto em 17 de maio de 2016. Maria Ivette, morava no acampamento, e relatou que durante o despejo:  “Eles [polícia] nos deram 15 minutos para começar a retirar as coisas, todos armados, as crianças chorando desesperadas sem entender o que estava acontecendo. As crianças pediam aos policiais pra não pisar no milho que plantaram e cuidar dos animais, enquanto eles marchavam em cima das hortas e das lonas. Consegui salvar um fogão e o botijão de gás”, conta ela, que junto do marido e do filho de 11 anos perdeu tudo na desocupação efetivado pela polícia do estado de Santa Catarina.

O grupo ainda entregou à Colombo os documentos que comprovam que a área desocupada pertence ao Incra, o que demonstra a contradição na reintegração de posse concedida pela juíza substituta  da Justiça Federal em Chapecó, Heloisa Menegotto Prozenatto. Além disso, reforçou a situação precária em que estão abrigadas nos dois ginásios de Faxinal dos Guedes. O local não tem qualquer estrutura e já está sendo solicitado pela Prefeitura Municipal. 

O governador se mostrou surpreso com o relato feito pelos representantes das famílias e se comprometeu a averiguar as denúncias. Os Sem Terra demandaram alimentação, apoio com a logística e infraestrutura, ressarcimento dos prejuízos, que o governo interceda junto ao Incra Nacional a fim de que a área antes ocupada seja revertida para assentamentos da Reforma Agrária.Também foi solicitada averiguação do contexto e as circunstâncias da operação de despejo e dos abusos cometidos, além do auxilio na busca por uma área de terra para abrigar o acampamento até a resolução das questões junto ao órgão.

O coordenador do MST, Vilson Santin, considerou a reunião positiva: “o governador afirmou estar preocupado e sensibilizado com o que ouviu e viu, e se comprometeu em atender as reivindicações”. Como desdobramento, aconteceu na manhã desta quarta-feira (13) uma reunião com o secretário adjunto de Agricultura, Airton Spies, para tratar dos encaminhamentos para atendimento da pauta.