Entenda como se organiza o Acampamento pela Democracia, em Porto Alegre
Por Juliana Adriano
Da Página do MST
Ao longo desta terça feira (23), os ônibus não param de chegar no acampamento em defesa da democracia. A estimativa é de que, até o final do dia, estejam presentes no local 500 delegações, contabilizando cerca de 30 mil pessoas de diversos estados do Brasil.
Ao caminhar em meio ao acampamento é recorrente ouvir que não se trata simplesmente de defender a candidatura do Lula à presidente, mas sim, de defender a democracia. Estão presentes movimentos populares do campo e da cidade, partidos políticos e organizações sindicais.
O público é maior que o previsto e a experiência de auto-organização do MST auxilia no bom funcionamento do acampamento.
De acordo com Ildo Pereira, da direção nacional do MST, “nós temos 33 anos de história de acampamento e isso está auxiliando neste momento. Estamos organizados em equipes: saúde, higiene, alimentação, estrutura, juventude, comunicação, disciplina. Por exemplo, temos uma equipe ‘especialista’ em fazer barracos, que facilmente da conta de organizar o alojamento”.
Do mesmo modo, o cuidado com a saúde tem sido fundamental, construído a partir do diálogo com a Frente Brasil Popular. Chocolate, do Setor de Saúde do MST, afirma que “após o encaminhamento coletivo, voltei para o Assentamento Conquista do Cerro da Liberdade, em Santana do Livramento, para produzir os fitoterápicos que estamos utilizando. Partimos da concepção de cuidado, nossa base são os fitoterápicos, o uso dos alopáticos se dá somente em situações extremas”.
A barraca da Saúde conta com médicos, enfermeiros, ambulância e está à disposição dos que necessitam, bem como daqueles que interesse em conhecer mais sobre o uso dos fitoterápicos, que tem por base as plantas medicinais.
A comida é preparada em cozinhas coletivas, a maior parte da alimentação vem dos assentamentos. De um modo geral as delegações se auto-organizaram trazendo seus alimentos, apesar disso uma cozinha maior foi organizada aos que chegaram desprevenidos.
Álvaro Santin, dirigente do MST de Santa Catarina, reafirma: “é de extrema importância o povo mostrar sua capacidade de organização neste momento de luta pela democracia, pois não se trata somente da defesa do direito do Lula ser candidato, mas sim da defesa da democracia”.
*Editado por Rafael Soriano