Em PE, acampados de São Joaquim do Monte sofrem com despejo violento
Da Página do MST
Mais uma vez o Estado usou toda a violência e todo o tipo de humilhação e destruição contra famílias acampadas na fazenda Jabuticaba no município de São Joaquim do Monte, Agreste de Pernambuco. A ação aconteceu ontem (30), durante um processo de reintegração de posse promovido pela policia militar a serviço do latifúndio.
Os acampados lutam por essa terra desde a primeira ocupação ocorrida ainda no ano de 2001. Foram vários despejos e conflitos durante todo o processo. Em especial o ocorrido em fevereiro de 2009, conhecido como conflito de Jabuticaba, quando quatro pistoleiros contratados pela família Guedes cometeram uma chacina contra as famílias acampadas. Foram quatro mortos durante o conflito.
Em maio de 2017 a policia do estado e o Batalhão da Policia de Caruaru promoveram um despejo violento conforme relatou a carta enviada ao governador do estado Paulo Câmara (PSB). O documento denunciou a violência descabida e exigiu medidas.
Por intervenção da promotoria agrária o despejo foi suspenso até que se encontrasse uma solução para as famílias acampadas. Em negociação entre todos os órgãos envolvidos ficou acertado que o governo do estado encaminharia um decreto de desapropriação por interesse social do imóvel. Infelizmente a resolução não foi cumprida.
Em janeiro deste ano, o Batalhão de Policia de Caruaru se preparava para realizar o despejo quando aconteceu uma nova negociação com o Governo do Estado. A ação foi suspensa e um novo processo de negociação conduzido pelo atual secretário de agricultura e da casa civil foi aberto.
Hoje (31) pela manhã, as famílias voltaram a reocupar a área para pelo menos salvar o resto da lavoura que sobrou da gana dos tratores que destruíram tudo.
Neste momento, agentes do Estado protegem o latifúndio ameaçando todos do acampamento, inclusive as pessoas que estão prestando apoio as famílias. A violência é eminente. Por isso, convocamos todos a virem para São Joaquim do Monte acompanhar de perto o dilema de um conjunto de famílias que lutam pela terra da Jabuticaba há 18 anos.