Vigília contra a violência no campo é realizada no RN

Diversas organizações sociais e políticas participaram da atividade

 

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O ataque aconteceu no Acampamento Independência Camponesa – Créditos: Mandato de Natália Bonavides

Por Janaína Lima
Do Brasil de Fato | Natal (RN)

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou uma vigília contra a violência no campo, na última sexta-feira (02), em resposta ao ataque sofrido no acampamento “Independência Camponesa”, localizado em Macaíba (RN), na última semana. As 50 famílias do acampamento foram surpreendidas com a chegada de quatro homens encapuzados, que dispararam diversos tiros contra os barracos.

Diversas organizações políticas, partidos, mandatos, movimentos sociais, setores da igreja católica e evangélica, além das organizações em defesa dos direitos humanos no estado estiveram presentes no ato. Durante a semana aconteceu também uma audiência com representantes do governo do Estado e da segurança pública, Comando Geral da Polícia Militar e com a Comissão de Direitos Humanos da OAB para debater o acontecido e cobrar medidas para garantir a segurança das famílias acampadas. 

Durante a vigília, o diácono da Arquidiocese de Natal e coordenador do Serviço de Assistência Urbano e Rural (SAR), Adilson Silva, comentou que “muita gente está morrendo na luta pela terra, perdendo direitos, na busca por terra para trabalhar, para ter emprego, salário justo e digno. Queremos nos somar nessa luta que é de todos, pois a terra é dom de Deus para todos e não para alguns, mas é ganância de alguns que faz tanta gente sofrer”. 

Para Eliane Bandeira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores e Trabalhadoras (CUT-RN), “vivemos hoje um momento muito difícil no país, de retirada de direitos, de ataque à democracia, e, hoje, mais do que nunca, precisamos estar unidos para enfrentar esses retrocessos e avançar na luta contra a violência que só aumenta contra os movimentos sociais. Reafirmamos nossa unidade com os movimentos populares e espero que essa vigília mostre a todos que essa comunidade não está sozinha e que enfrentaremos juntos os desafios”, ressalta.

Natália Bonavides, vereadora de Natal pelo Partido dos Trabalhadores, comenta que “foi aberto o inquérito policial para investigar o ocorrido aqui e iremos pressionar para que seja apurado. Essa ocupação existe por uma razão que é reivindicar um direito, o direito de ter uma terra para plantar e morar, que nos é negado.” 

Confira a nota completa de solidariedade ao MST-RN:  

Nós, entidades e grupos e abaixo assinados/as, prestamos solidariedade às famílias do acampamento Independência Camponesa, organizado pelo MST, localizado às margens da barragem de Tabatinga, em Macaíba-RN. Na noite do dia 23 de fevereiro, as famílias acampadas foram vítimas de um atentado, no qual homens armados chegaram de forma repentina ao acampamento  efetuaram vários disparos, como forma de amedrontar e ameaçar o acampamento, anunciando que eles/as tinham uma semana para deixar o local.

A área ocupada não cumpre sua função social e sequer está sob comando de reintegração de posse. Esse ato de violência é inaceitável e, infelizmente, revela a forma truculenta com a qual trabalhadores e trabalhadoras que lutam pela terra são tratados.

A reforma agrária é um comando constitucional e há muito tempo o Estado brasileiro está em dívida com ela. Quem acampa debaixo de lona, protestando contra o latifúndio e a desigualdade social, está lutando pelo direito fundamental à terra e a uma vida digna. Em vez de receber tiros e ameaças, deveria ter seu direito concretizado.

Esperamos que as autoridades competentes cumpram seu dever de apuração e punição dos responsáveis e garantam a segurança das mais de 50 famílias acampadas. Além de nossa solidariedade, colocamo-nos a postos para continuar apoiando a luta pela terra dos movimentos sociais populares do campo e exigindo das autoridades o cumprimento de nossa Constituição.

Macaíba-RN, 24 de fevereiro de 2018.

Assinam:

AATR – Associação de Advogados e Advogadas de Trabalhadores/as Rurais da Bahia

ABRAPSO RN – Associação Brasileira de Psicologia Social 

ADJC – Advogados pela Democracia Justiça e Cidadania/RN

ADRA – Associação de Desenvolvimento e Assistência

ADUERN – Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – Andes 

ADUFERSA – Associação dos Docentes da Universidade Federal Rural do Semiárido

ADURN – Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

AJPDC – Associação de Juristas Potiguares pela Democracia e pela Cidadania 

Allan Hahnemann Ferreira, Prof UFG e advogado criminalista

Amélias: Mulheres do Projeto Popular

ANJPCT – Articulação Nacional das Juventudes dos Povos de Comunidades Tradicionais 

AQCC – Associação Quilombola de Conceição das Crioulas 

Articulação de Mulheres Negras Nacional

ASA – Articulação do Semiárido

ASA – Articulação do Semiárido

ASPRORN – Associação dos e das Profissionais do Sexo do RN 

ASSINAM: 

Associação de Mulheres de Nova Parnamirim 

Associação Potiguar dos Atingidos pela Copa 

ATENS UFRN SEÇÃO SINDICAL – Associação dos Técnicos de Nível Superior da UFRN

ATTRANSPARÊNCIA-RN – Associação de Travestis e Transexuais na Ação pela Coerência no Rio Grande do Norte.

CAAC

CDH OAB 

CDHMP- Centro de Direitos Humanos e Memória Popular

CEBI – Centro de Estudos Bíblicos

Centro Acadêmico Marcos Dionísio (Direito Ufersa)

Centro Feminista 8 de Março 

Centro Terra Viva

Cerrado Assessoria Jurídica Popular – GO

Cloves Araújo, advogado, BA;

COEDHUCI – Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania

Coletivo Margarida Alves Assessoria Jurídica

Comissão de Direitos Humanos do CRP 17 

Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos

Comitê de Direitos Humanos do IFRN

Confederação do Equador

Conselho Regional de Serviço Social do RN

Consulta Popular

CPT – Comissão Pastoral da Terra

CRDH Semiárido – Centro de Referências em Direitos Humanos do Semiárido  (UFERSA)

CRDH UFPB – Centro de Referências em Direitos Humanos

CRDH UFRN – Centro de Referência em Direitos Humanos

CRESS

CSP 

CTB-RN

CUT

Daniel Lemos (Jornalista e Professor da UFRN)

Daniel Pessoa (Professor da UFERSA)

DCE  Anatalia de Melo Alves/ UERN 

DCE  UFERSA

DCE da UFRN

Delta 9 

Diácono Francisco Adilson da Silva-Coordenador Executivo do Serviço de Assistência Rural e Urbano-SAR

Diego Vedovatto, advogado RS

Diretório Municipal do PCdoB – Mossoró

Escola Diocesana de Fé e Política Anatália de Melo Alves  – AMA

Escola Fé e Política Padre Sabino Gentili – Arquidiocese de Natal – Polo João Câmara

Escritório Popular do Motyrum da UFRN 

Escritório Popular Paulo Freire (UFERSA)

Executiva Nacional dos estudantes de Fisioterapia – ENEFi

FEAB – Federação de Estudantes de Agronomia do Brasil

Federação das Mulheres Negras

FENAJUD – Federação Nacional de Trabalhadores do Judiciário nos Estados

Fernando Prioste, advogado, PR

FETAM/RN

FONSANPOTMA Nacional

Fórum Permanente da População de Rua/ Bahia

GEDIC – Grupo de Estudos de Direito Crítico, Marxismo e América Latina

Grito dos/as Excluídos/as – Mossoró

Grupo de Estudos e Pesquisa Curupiras – UFRPE 

GVAA – Grupo Verde de Agricultura Alternativa (UFERSA)

Instituto de Pesquisa e Estudos em Justiça e Cidadania 

Justiça Global

Juventude do Partido dos Trabalhadores

Levante Popular da Juventude

MAC – Movimento de Adolescentes e Crianças 

Mandato da Senadora Fátima Bezerra

Mandato da Vereadora Isolda Dantas

Mandato da Vereadora Natália Bonavides

Mandato do Deputado Estadual Fernando Mineiro

Mandato do Vereador Fernando Lucena

Mandato do Vereador Sandro Pimentel

Marcela Rocha – professora da rede pública de educação do RN

Marcelo Neves (professor da UnB) 

Marcha Mundial das Mulheres 

Marília Lomanto Veloso, advogada, OAB/BA, professora aposentada da UEFS, promotora de Justiça da Bahia-aposentada, mestra e doutora em Direito Penal PUC/SP;

MMC – Movimento de Mulheres Camponesas

MNPR/ BAHIA

Movimento de esquerda socialista (MES/ PSOL)

Movimento Nacional de População de Rua – RN

Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista /PSOL Natal

Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista/PSOL Limoeiro 

NEM – Núcleo de Estudos da Mulher Simone Beauvoir  – UERN 

Ney Strozake, advogado, SP;

Observatório da Justiça e Cidadania/RN

Observatório da população infanto-juvenil em contextos de violência

Observatório dos Movimentos Sociais na América Latina 

Ocupa UFRN

Organização Feminista Bandeira Lilás

Partido dos Trabalhadores – Natal

Partido Socialismo e Liberdade

Pastoral da Juventude Rural – PJR

Paulo Rosa Torres, advogado agrarista, Bahia

Rede de Grêmios do IFRN

Rede Emancipa Natal

Rede Nacional de Advogadas Populares de Pernambuco (RENAP – PE) 

Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (RENAP-RN)

Riccardo Cappi, criminólogo, professor de Direito da UEFS e UNEB; 

SECOM – Sindicato dos Empregados do Comércio – Mossoró/RN

Ser-Tão: assessoria jurídica e educação popular

Sinasefe Nacional

Sinasefe Natal/RN

SINDESINDRN – Sindicato dos Funcionárias de Sindicato

Sindipetro – RN

Sindlimp

SindMetal 

SINTE/RN

Sintro

STTR de Apodi 

Terra de Direitos, Paraná

Turma/Pronera de Direito Elizabeth Teixeira – UEFS/BA

UJC – União da Juventude Comunista

UMES Natal 

UNEGRO RN

*Edição: Monyse Ravena