No baixo sul da Bahia, Mulheres Sem Terra debatem os desafios da luta feminista
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
O feminismo e o socialismo não são coisas isoladas. Para alcançar a soberania popular é necessário que, além da luta contra as desigualdades sociais, haja uma reflexão sobre equidade de gênero.
Dentro dessa reflexão se consolidou a 1º Plenária de Formação das Mulheres Sem Terra, que aconteceu neste último sábado (10), no Acampamento Rose, que é fruto de uma ocupação, no km 2, em Valença, no baixo sul baiano, realizada na última quinta-feira (8).
A plenária contou com a participação de 300 trabalhadoras Sem Terra e com a presença de Lucinéia Durães, da direção nacional do MST, Danielle Ferreira e Brena Pinto, ambas do Partido dos Trabalhadores (PT).
Debaixo de um barracão de lona preta e sentadas no chão, as militantes levantaram diversos desafios com o objetivo de construir um debate mais amplo sobre a Reforma Agrária Popular.
Brena, ao fazer uma reflexão sobre a relação entre o machismo e o capitalismo, explicou que vivemos hoje em um país desigual. “Os homens sempre foram detentores das terras e pregavam que as mulheres tinham apenas o espaço no lar”, afirma.
“Na contramão do sistema capitalista, as mulheres que lideraram a ocupação do acampamento mostraram que muito além de cuidar do espaço privado, isso é, cuidar da casa e dos filhos, possuem o poder de lutar contra o latifúndio”, ressaltou Brena.
De acordo com Danielle é extremamente importante não se render ao capital e pontua que é necessário lutar e resistir.
“Nossos desafios são maiores, não se restringem apenas as lutas das mulheres do MST e sim de toda classe. É importante ressaltar que as opressões, oriundas do sistema capitalista, só serão combatidas com a ascensão do feminismo e a equidade de gênero. Precisamos chegar em todos os espaços para alcançarmos uma soberania verdadeiramente popular”, enfatizou.
Jornada Nacional
A ocupação e a plenária fazem parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que desde a última segunda-feira (5/3), tem mobilizado mais de 2 mil trabalhadoras contra o agronegócio e o capital em seis regiões da Bahia.
*Editado por Rafael Soriano