Grupo de mulheres do MST inaugura agroindústria no Espírito Santo
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Por Ariel Norian e Renata Moreira
Da Página do MST
No último dia 25 de março o MST inaugurou no assentamento Florestan Fernandes, em Guaçuí, no sul do Espírito Santo, a agroindústria de polpas de fruta do grupo de cooperação “As Camponesas”. A inauguração foi parte da comemoração de 21 anos do MST na regional José Marcos de Araújo.
A agroindústria é uma conquista do grupo auto-organizado de mulheres do assentamento que produz geleias, licores, doces e compotas e que agora vai produzir polpas de frutas e sucos. “Esse espaço não é só para as camponesas em si. É também a busca de melhorar condições financeiras dos assentados e dos pequenos produtores rurais da redondeza”, diz Nelci Sanches, dirigente regional do Setor de Produção, Cooperação e Meio Ambiente (SPCMA) do MST e integrante do coletivo que, após anos de luta, conquista neste mês de março essa grande vitória.
A agroindústria possibilitará o maior proveito das frutas produzidas na região, fomentando a produção e comercialização dos produtos da Reforma Agrária e da agricultura familiar. As camponesas pretendem ainda acessar a venda direta das escolas via o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), isso além das feiras locais, regionais e nacionais, assim como nos Armazéns do Campo: lojas de produtos da Reforma Agrária nas capitais de SP, RJ e MG.
A conquista recebeu financiamento público do Fundo Social de Apoio à Agricultura Familiar (Funsaf), a partir da articulação do MST, que “desde o início pautou a demanda dos assentamentos por uma política pública de financiamento de projetos estruturantes, como o da agroindústria As Camponesas” como explica Daniel Mancio, dirigente estadual do SPCMA.
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Avalia ainda que dos sete projetos aprovados nos assentamentos do MST, quatro foram de aquisição de máquinas e equipamentos e apenas três mantiveram a perspectiva mais estrutural. A agroindústria também foi o primeiro destes 3 projetos que conseguiu romper com a burocracia excessiva do governo, com destaque para o protagonismo das mulheres auto- organizadas.
No ato da inauguração, assentados e agricultores familiares da região fizeram uma mística em homenagem à companheira Virgínia Xavier de Almeida e ao companheiro José Marcos de Araújo, por toda a dedicação de vida que deram à construção da regional do MST. A agroindústria As Camponesas constitui assim, mais um importante passo na construção da Reforma Agrária Popular.
*Editado por Maura Silva