Jornada Nacional mira golpistas em Dia Internacional de Lutas Camponesas

Além de pautar a realização da Reforma Agrária, ações denunciam a Globo e exigem liberdade para Lula
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Intervenção durante ato ecumênico em memória aos 22 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, em Alagoas. Foto: Divulgação/MST

 

Da Página do MST

 

Desde o último dia 10/04, diversas ações tomam conta de todo país na Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Com o lema “Massacre de Eldorado dos Carajás – 22 anos de impunidade: Reforma Agrária e Lula Livre Já!”, a jornada, que é realizada todos os anos em abril pelo MST, acontece num contexto de profunda luta de classes no país.

O dia 17 de abril é o marco do mundialmente conhecido Massacre de Eldorado dos Carajás, mas também se tornou marco do golpe parlamentar-industrial-midiático contra a democracia brasileira. O golpe iniciado em 2016 deu um novo passo com a prisão do ex-presidente Lula. Por isso, a luta por terra e por Reforma Agrária se confunde, neste cenário, com a luta contra o avanço do golpe.

Culminando neste dia 17, a Jornada mobilizou 19 estados, com bloqueios de rodovias, ocupações de terra, ocupações da Rede Globo e dois acampamentos permanentes: um em Curitiba e outro em Brasília. Na manhã, cerca 300 trabalhadores ocuparam a fazenda Santa Cecília, em Araçatuba, interior de São Paulo, de propriedade de Oscar Maroni, reconhecido agenciador de mulheres para prostituição e golpista assumido.

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Em Sergipe, movimentos escracham filial da rede
Globo no estado. Foto: Divulgação/MST

“São ocupações de terras, são ocupações de prédios públicos, foram ocupações e escrachos na Globo [que articulou o Golpe], são bloqueios de estradas”, enumera Ayala Ferreira, da direção nacional do MST. 

“Vivemos a combinação de várias ações. Os trabalhadores do campo, articulados com forças políticas das cidades, evidenciam e denunciam esse contexto de violência e de impunidade, o contexto de paralização da Reforma Agrária e o golpe que nos atinge”, completa Ferreira.

As sedes da rede Globo também foram alvos de protestos. Militantes de Cuiabá, de Belo Horizonte, Espirito Santo, de Aracaju e São Paulo marcharam e escracharam a sede das filiais da rede dos Marinho. Em Salvador, a Rede Bahia foi ocupada por trabalhadores do campo e da cidade por aproximadamente 5 horas.

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600 Sem Terras ocupam a Praça da Liberdade, em BH. 
Foto: Divulgação/MST

Em Curitiba, milhares de militantes seguem firmes acampados próximos a delegacia da Polícia Federal, onde o ex-presidente Lula está encarcerado injustamente. Com atividades de formação, ações culturais e dando “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite” todos os dias ao companheiro Lula, as organizações presentes no acampamento alertam que só sairão de lá com Lula nos braços do povo, em liberdade.

Ao longo da Jornada foram ocupados 26 latifúndios, reivindicando a destinação das terras para criação de assentamentos e trouxeram também a pauta da liberdade imediata para Lula. Foram bloqueados mais de 20 pontos de rodovias em todo país. A Curva do “S”, palco do Massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, recebe durante toda a semana o Acampamento Pedagógico da Juventude, com atividades simbólicas e formativas.

Os militantes também ocuparam a sede da Justiça Federal em Vitória, no ES. 

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Vitória, Espírito Santo

As ações aconteceram nos estados do Paraná, Distrito Federal, Pará, Espírito Santo, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Maranhão, Paraíba, Sergipe, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Piauí, Mato Grosso e Minas Gerais.

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Marcha em João Pessoa (PB) por Reforma Agrária. Foto: Divulgação/MST