Sem Terra do MS seguem na Jornada de Luta pela Reforma Agrária

As trabalhadoras e os trabalhadores rurais reivindicam duas áreas para fins de Reforma Agrária, a Fazenda Correntes ocupada em março deste ano, e a Fazenda Jota Par no Quebra Coco

 

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Por Raquel Oliveira
Da Página do MST 

Na tarde desta terça-feira (24), cerca de 200 pessoas Sem Terra ocuparam o Incra em Campo Grande no Mato Grosso do Sul, o ato é formado por oito movimentos sociais, que compõem o Campo Unitário Agrário. Entre eles, MST, FETAGRE, MCLRA, CTB, Ligas Camponesas, OLT, Novo e CUT que se encontram acampados no Sebastião Bilhar em Dois Irmãos de Buriti, que fica a cerca de 90 km de Campo Grande. 

As trabalhadoras e os trabalhadores rurais reivindicam duas áreas para fins de Reforma Agrária, a Fazenda Correntes ocupada em março deste ano, e a Fazenda Jota Par no Quebra Coco, município de Sidrolândia. 

De a acordo Léia, da direção do Movimento, esse é um ato de luta e de resistência pelo direito à terra para os povos do campo. 

“Quase todas as etapas do processo de obtenção da Fazenda Correntes já estão concluídas, e agora o Incra diz que não tem dinheiro para pagar, sendo que alguns meses atrás tinha recursos, viabilização de emendas… Iremos resistir por tempo indeterminado, até obtermos uma resposta do superintendente Humberto. Essa fazenda assentará 600 famílias, que hoje se encontram no Acampamento Sebastião Bilhar em Dois Irmãos de Buriti”, afirma. 

O acampado do MST, José Roberto dos Santos, do acampamento Sebastião Bilhar, comenta sobre o sucateamento da Reforma Agrária no país e como isso impacta a vida dos povos do campo. 

“Temos tido uma dificuldade para o avanço da Reforma Agrária. A saída do camponês é a criação de novos assentamentos, porque a produção de alimentos saudáveis que se encontra na mesa dos brasileiros vem de nós agricultores, pois os grandes produtores produzem monocultura para exportação. Então, o maior foco da Reforma Agrária é garantir que tenhamos um lugar para morar, trabalhar, produzir alimentos saudáveis, além de saúde e educação de qualidade no assentamento“, afirma. 

Durante toda o dia de quarta-feira (25), foram realizados espaços de formação no Incra. Os Sem Terras se mobilizaram e os momentos de estudos colocaram debates sobre o Coletivo de Mulheres e a juventude. Além disso, no fim da tarde trancaram uma das avenidas , afirmando que não sairão sem respostas.

O ato integra a Jornada de Luta pela Reforma Agrária cuja luta central necessidade de ter um pedaço de terra, de que os camponeses e camponesas tenham seus direitos garantido. 

*Editado por Iris Pacheco