Vozes que narram a Reforma Agrária Popular

A ideia de trazer a energia da Feira de forma leve e divertida aos que não puderam vir à Feira é o que move a junção das Rádios Brasil em Movimento e Brasil de Fato.
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Foto: Daniela Moura

 

Por Ágatha S. Azevedo
Da Página do MST

 

Além de ocupar latifúndios em todo o país, o MST também ousou transmitir a cultura camponesa e informação de qualidade nas frequências de rádio.
 

Camila Bonassa, do Setor de Comunicação do MST, conta que “a primeira experiência que o MST teve com rádio foi bem no início do Movimento, entre os anos de 87 e 88 em um programa nacional”, conta. 
 

Este programa, então na Rádio Aparecida AM em São Paulo, surgiu da ideia de que o MST, que já tinha o Jornal Sem Terra, pudesse chegar aos camponeses e camponesas, além do público externo ao Movimento de maneira mais direta e popular. A rádio contribuiu ainda como instrumento para potencializar a organização do Movimento nos estados e a nível nacional. 
 

Em mais ou menos um ano de programa na Rádio Aparecida AM, o Movimento adquiriu experiência para embarcar junto na efervescência das rádios comunitárias, a partir dos anos 90 e construir rádios em áreas de assentamento para além das experiências de rádio poste. As principais experiências da época foram a Rádio Terra Livre de Santa Catarina, a Rádio Camponesa de São Paulo e a Hulha Negra, no Rio Grande do Sul, que existem até hoje. 
 

Hoje o MST tem 14 emissoras FM em resistência ocupando os latifúndios do ar, além de 10 programas em rádios parceiras, fortalecendo a ideia de que a rádio faz parte da cultura camponesa e está na essência do MST, sendo um projeto concreto desde o início do Movimento. 
 

Passando por rádio itinerante, comunitária, poste, AM e FM, no último período o MST tem investido na Web Rádio. Este é um dos formatos que acontece, ao vivo, na 3ª Feira Nacional da Reforma Agrária em São Paulo. 
Na Feira, o destaque é a parceria entre a Rádio Brasil em Movimento, a rádio ao vivo do MST, e a Rádio Agência Brasil de Fato, permitindo uma programação diversa em tempo real que dá a totalidade da Feira, desde os produtos até as programações culturais e os seminários, para os ouvintes.
 

“É justamente a partir da rádio que se fazem relações políticas com as comunidades e os parceiros, criando vínculo e identidade, pertença com a terra, o que faz a cultura de rádio atravessar gerações”, destacou Bonassa, que integra a Frente de Rádios do MST.
 

A ideia de trazer a energia da Feira de forma leve e divertida aos que não puderam vir à Feira é o que move a junção das Rádios Brasil em Movimento e Brasil de Fato. 
 

Para acompanhar, acesse o nosso especial da 3ª Feira da Reforma Agrária.
 

*Editado por Gustavo Marinho