Sem Terra sofrem despejo violento no Sertão do São Francisco em Pernambuco

A reintegração de posse dos acampamentos aconteceu a pedido da (CODEVASF) e foi executada pela polícia juntamente com seguranças do projeto de irrigação

 

Por Rozana Maria
Da Página do MST

 

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Divulgação MST

Na madrugada desta terça-feira (8), cerca de 150 servidores da Polícia Federal, da Companhia Independente de Operações e Sobrevivência em Áreas de Caatinga (CIOSAC), da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM), da polícia militar e de seguranças do projeto de irrigação no Pontal Sul em Petrolina, cercaram os
acampamentos Democracia e Dom Tomás Balduíno, no Ceará.

Juntos os acampamentos somam 700 famílias e, utilizando spray de pimenta, ameaças verbais e até helicóptero, os servidores destruíram toda lavoura (banana, macaxeira, mamão, milho, goiaba, melancia, feijão) e bloquearam as estradas que dão acesso aos acampamentos na região do Sertão do São Francisco.

A reintegração de posse dos acampamentos aconteceu a pedido da Companhia de Desenvolvimento dos vales do São Francisco (CODEVASF) e foi executada pela polícia juntamente com seguranças do projeto de irrigação. Em princípio existia um acordo que as famílias seriam deslocadas para outra área até junho, o que não ocorreu, a polícia então executou a reintegração a pedido da CODEVASF.

 

Histórico 

 

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Divulgação MST

acampamento Pontal Sul foi ocupado em janeiro de 2007 com mais de 2500 famílias, na ocasião para resistir contra a Parceria Pública Privada (PPP), no período Eduardo Campos.

Em 2014 as ocupações foram retomadas, a partir do acampamento Dom Thomas com mais de 500 famílias, já em 2016 a ocupação foi realizada com o acampamento Democracia com 200 famílias dando continuidade à luta denunciando e sendo contra a PPP, projeto apadrinhado pela a oligarquia política da família Coelho da mesma região, foram feitas essas duas grandes ocupações, uma área de 30 mil hectares, sendo 17 mil e 700 hectares de área irrigáveis.

Hoje a área está com 700 famílias produzindo em mais de 300 hectares da agricultura camponesa e de subsistência. Em 2017 com a luta e a resistência dos trabalhadores (as) diante do conflito da área, a PPP foi cancelada. Assim trabalhadores (as) oriundos da região que sonhavam com área irrigável para poder trabalhar, passaram a vivenciar o resultando da luta pela a terra.