Resistência, unidade e diálogo: três chaves para o 24º Encontro do Fórum de São Paulo

Encontro acontece em Havana em meio a um complexo panorama da região, marcado pela ascensão da direita ao poder e pelo retorno de suas políticas neoliberais

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Por Sayonara Tamayo e Carla Valdés*
Do CMLK

 

O 24º Encontro do Fórum de São Paulo foi aconteceu entre domingo (15) e terça-feira (17) com a participação de 439 delegados de partidos, organizações e movimentos sociais na América Latina e no Caribe, bem como representantes de forças políticas de outros continentes.

O encontro acontece em meio a um complexo panorama da região, marcado pela ascensão da direita ao poder e pelo retorno de suas políticas neoliberais. Diante desse revés, muitos setores populares permanecem em constante mobilização e o espírito de resistência foi destacado desde a cerimônia de abertura do Encontro.

 

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Como símbolo da persistência na luta que representa, a presença no plenário de Dilma Rousseff foi aplaudida.
Em suas palavras a secretária executiva do Fórum, Monica Valente, referiu-se a prisão injusta que vive Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil há cem dias e destacou a força dos que estão acampados nas imediações da prisão em Curitiba, onde detém o líder do PT.

No entanto, diz Mônica, há também algumas vitórias que podemos celebrar como as de Lopez Obrador no México. Destacou a resistência heroica da Revolução Cubana, que continua a construir uma sociedade justa e igualitária sob o bloqueio criminoso dos Estados Unidos, o governo de Evo Morales na Bolívia, que ainda trabalha para a garantia dos direitos para o povo, a Frente Ampla no Uruguai que constrói uma sociedade com igualdade e soberania.

Valente também destacou outros exemplos de resistência, como o governo da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) em El Salvador, a Frente Sandinista na Nicarágua, o povo de Honduras e as mobilizações na Argentina contra as políticas de Macri.

Por sua parte, José Ramón Balaguer Cabrera, chefe do Departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista de Cuba, disse que este é um encontro para refletir com calma e de forma construtiva sobre a forma de alcançar o objetivo estratégico comum, que é o de retomar a iniciativa política.

“Para atingir este fim, convocamos todos os partidos e movimentos sociais presentes a trabalhar juntos em favor de um objetivo unitário maior com mais força e certeza na vitória, com mais confiança na capacidade política de nossos povos, com uma percepção mais objetiva dos pontos fortes e fracos dos nossos adversários “, acrescentou.

O Encontro contou com uma jornada importante: na segunda-feira (16), o Diálogo do Fórum de São Paulo com os movimentos sociais, momento inédito na história desta plataforma que reúne inúmeros partidos políticos e forças de esquerda na região.

Também foram realizadas diversas reuniões e oficinas temáticas, dentre as quais destacam-se as mulheres, os jovens e a comunicação política.

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*Traduzido por Maria Julia Giménez
** Editado por Rafael Soriano