Cartas para Lula: “por que lhe escrevo?”

Lula, minha caneta traçaria diversas palavras ao tentar explicar o porquê lhe escrevo. Eu, enquanto mulher, negra, LGBT e Sem Terra, lhe escrevo por querer mudanças concretas na nossa base social.

 

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Foto: Leonardo Milano

 

Emanuelle Araújo Borges
Da Página do MST 

 
Lula, minha caneta traçaria diversas palavras ao tentar explicar o porquê lhe escrevo. Eu, enquanto mulher, negra, LGBT e Sem Terra, lhe escrevo por querer mudanças concretas na nossa base social.

Lhe escrevo, com a esperança de que possas alterar esse cenário, que cotidianamente explora nossa classe trabalhadora. Lhe escrevo, com a esperança de que nosso povo negro e indígena tenham o direito à terra e as políticas públicas que lhe pertencem. Não aceitaremos mais que nos joguem dentro de periferias a mercê de serviços que beneficiam somente a classe dominante. Classe que além de nos explorar, quer nos exterminar.

Lhe escrevo, com a esperança de termos uma Soberania Alimentar, sem o uso de agrotóxicos. Onde todas e todos possam gerar o que é nosso por direito, na construção de um projeto popular emancipador.

Lhe escrevo, com a esperança de que nossa Educação seja para todos e todas. Nossas crianças, juventude e mais velhos precisam ter acesso ao que historicamente nos foi negado: o saber. Que a educação no campo e na cidade sejam direitos e não esmola.

Lhe escrevo, com a esperança de que o nosso Sistema Único de Saúde priorize dar vida a nossa gente e não deixá-los mais doentes.

Companheiro, continue resistindo e lutando por sua classe!