Na Bahia, educadores participam da 1º Formação voltada para infância Sem Terra
Por Izélia da SIlva
Da Página do MST
Entre os dias 12 e 14 de setembro, foi realizado, na Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, município de Prado, na Bahia,o 1º Seminário Regional da Infância Sem Terra.
O evento – que teve como tema: História, brincadeira e educação – contou com a presença de 50 educadores educadores, foi coordenado pelo Coletivo de Educação Regional do MST.
Os presentes na atividade discutiram a formação da infância Sem Terra, o atual cenário político e também refletiram sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Além disso, foram oferecidas oficinas sobre recursos didáticos que envolvam as crianças por meio de brincadeiras, promovendo integração entre os conteúdos programáticos, os jogos e a lousa, a fim de propiciar um processo de ensino e aprendizagem mais prazeroso e divertido.
Durante o evento, os profissionais da educação infantil puderam mergulhar no mundo encantado da ciranda, através das oficinas de contação de histórias, confecções de matérias pedagógicos, preparação de planos de aula que entendam o tempo da criança. Um momento importante foi a troca de experiências com companheiras da Guatemala e da Colômbia.
Como resultado do seminário, foi realizado um estudo preliminar voltado para a possibilidade de construção de uma matriz de referência para orientar o trabalho em equipe de todos os profissionais da Educação Infantil.
Para Gabriela Melo, do Setor Regional de Educação, “o seminário serviu para reforçar a importância de trabalhar a infância Sem Terra, mesmo nas escolas que não atendam esse público. Foram três dias muito proveitosos, nos
quais tivemos a oportunidade de debater sobre assuntos relacionados à construção da ciranda na educação infantil e, ao mesmo tempo, reforçar as metas previstas no coletivo de educação do MST”.
Infância no MST
Marcia Ramos, do Coletivo Nacional de Educação, destacou que, na luta pela terra e no MST, “as crianças sempre estiveram presentes, nas ocupações dos latifúndios, nos violentos despejos a mando de fazendeiros – proprietários e Estado -, nas diferentes manifestações, reivindicando terra, escolas, entre outros direitos, no dia a dia dos acampamentos e assentamentos.” Ela completou, afirmando que “as crianças são fruto do processo histórico e estão reinventando o movimento, desafiando-o a refletir sobre o lugar da infância e o seu protagonismo na organização.”
Os objetivos do seminário foram cumpridos, mas ele não encerrou com as atividades da programação. Os educadores propuseram alguns encaminhamentos e se comprometeram a apresentar respostas no próximo
encontro. Um dos resultados do evento foi a deliberação pela criação de um Coletivo Regional da Infância Sem Terra, com o objetivo de discutir apenas aspectos relacionados à aprendizagem das crianças de 0 a 5 anos de idade.