Ocupação da Fazenda Rio Vermelho tem despejo iminente

Ficou nítida a posição do judiciário em defesa dos interesses dos latifundiários, independentemente da situação legal da propriedade

WhatsApp Image 2018-09-25 at 12.21.55 (1).jpeg

 

Da Página do MST

 

Na manhã desta segunda-feira (24), um oficial de justiça, junto a quatro viaturas da Polícia Militar, esteviveram na ocupação da Fazenda Rio Vermelho para cobrar a desocupação voluntária da área e garantir a execução da liminar de reintegração de posse, expedida pelo juiz da Comarca de Gália, Dr. Henrique Dada Paiva, após uma audiência de justificação onde não houve acordo entre as partes.

Nesta audiência, mais uma vez ficou nítida a posição do judiciário em defesa dos interesses dos latifundiários, independentemente da situação legal da propriedade, pois as argumentações e documentos trazidos pelo proprietário e representantes não comprovavam produtividade suficiente para a Fazenda Rio Vermelho, de 1166,28 hectares.

Apontada ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para vistorias por improdutividade em 2016, a área está ocupada para denunciar a situação de abandono em que se encontra, com animais morrendo nos pastos e intenso estado de degradação de nascentes, áreas agriculturáveis e estruturas.

Perante a ocupação, a superintendência do Incra de São Paulo tem solicitado ao juiz uma outra audiência, para intervir na possibilidade de despejo das famílias e construir o início de um processo de desapropriação da área. 

O próprio superintendente estadual do órgão, Edson Fernandes, tem entrado em contato com a Comarca e não há, porém, retornos por parte do juiz e a ameaça de um conflito com as forças policiais durante o despejo se torna iminente. 

Não há prazo estabelecido para a execução da liminar, e as tropas policiais podem ser mobilizadas a qualquer momento. 

O MST pede aos companheiros que apoiam a Reforma Agrária que solicitem ao juiz que aceite a audiência com o INCRA, contribuindo para iniciar o processo de desapropriação da área e consolidação do assentamento das famílias.

 

 

*Editado por Rafael Soriano