Jornada mineira de alfabetização realiza círculos de cultura

Mais de 900 educandos participarão da segunda fase do projeto em Minas Gerais
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Divulgação MST 
 
Por Agatha Azevedo e Matheus Teixeira
Da Página do MST
 
Entre os dia 30 de Setembro e 1 de outubro, toda a Brigada Mineira de Alfabetização Leonela Relys se encontrou novamente para se qualificar. Desta vez, a capacitação foi voltada ao estudo da metodologia e histórico dos &”39;Círculos de Cultura&”39;, que é uma abordagem de conversação e pensamento crítico utilizada para aperfeiçoar a leitura e a escrita. 

Os municípios de Almenara, Tumiritinga, Novo Cruzeiro, São Joaquim de Bicas, Ibirité, Itatiaiuçu, Montes Claros e Teófilo Otoni finalizam o método “Sim, eu posso!” ao longo do mês de outubro, e a formação serviu para consolidar os aprendizados sobre educação popular, intencionalizando-os para o novo formato a ser trabalhado em sala de aula. 

Durante a formação, foram estudadas a concepção de cultura para o MST, as linguagens artísticas, o conceito de arte e educação, comunicação e expressão, e como trabalhar as histórias de vida dos educandos, tudo isso para munir os educadores e as educadoras de conteúdos para as aulas, que serão em roda e com bastante diálogo.

 

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Divulgação MST 
 

Marlicéia Gonzaga, que faz parte da coordenação político-pedagógica da jornada, fala sobre como o projeto é importante na atual conjuntura como ferramenta de transformação social. “Se bem trabalhados, os Círculos de Cultura elevam a educação a uma prática “crítico-libertadora”, propiciando a compreensão e consequentemente a transformação da realidade, especialmente neste momento complicado da conjuntura em que as pessoas não refletem o que de fato está acontecendo”, contextualiza. 

O educador Thiago Sampir, que atua no município de Tumiritinga, fala sobre a importância da confiança e das relações humanas no aprendizado. “É só começar a falar de trabalho, de opressão, que a galera começa a falar, não precisamos inventar o que é trabalhador, a gente sabe contar história de emprego em loja de moto, açougue, livraria, mercearia, a gente também sabe de quem somos filhos. 

O desabafo gera tanto a vontade de escrever aquelas tantas palavras da opressão, quanto as palavras da libertação. O que faz aprender a escrever é sentimento, não só razão.” 

A formação refletiu também o caráter de instrumento de consolidação da alfabetização dos Círculos de Cultura, ao mesmo tempo em que são utilizados para a formação da consciência crítico-libertadora.  Para tanto, a história de vida, bem como a realidade vivida por educandos e educandas, tem que ser parte do conhecimento dos(as) educadores e educadoras. A coordenadora afirma que “no &”39;Sim, eu posso!&”39;, o educando ou a educanda sai do anonimato, tem a sua autoestima elevada e lhe é conferido o lugar de construtor, arquiteto ou protagonista de sua história”, e é esta a perspectiva política e emancipadora que a Jornada traz desde seu início.

 
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Divulgação MST 

Jornada Mineira de Alfabetização diz “EleNão 

 
A alfabetização tem uma intencionalidade, atua lado a lado com a classe trabalhadora, e pensando nisso, uma das atividades político-pedagógicas realizadas durante a formação dos Círculos de Cultura foi a participação dos educadores e educadoras no ato do dia 29 de setembro, contra Jair Bolsonaro do Partido Social Liberal (PSL) . 

Potencializando a educação popular e o avanço da coletividade através das artes, a formação incentiva o pensar, e se soma à luta contra o candidato à Presidência da República que destila ódio, racismo, machismo e homofobia contra o povo brasileiro. Ser contra o des-projeto de Brasil proposto por este candidato é se colocar em favor da alfabetização.

O “Sim, eu posso!” se coloca na luta pela democracia, contra o ódio, a violência e o fascismo, que ameaçam toda a sociedade. Iara Gondim, uma das coordenadoras do projeto e parte do Setor de Educação do MST, reforça o caráter fundamental da participação dos educadores, e principalmente das educadoras, no ato. “Esta ação reforça o nosso debate de gênero dos municípios, foi um espaço de aprendizado muito grande, e de vivência da cultura do povo que estava ali. Vimos a força das mulheres durante a marcha”. 

 

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