Ato político marca três décadas de resistência do MST em Minas Gerais
Por Geanini Hackbardt
Da Página do MST
No entardecer desta sexta-feira, 14, começou o II Festival Estadual de Arte e Cultura da Reforma Agrária, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, em Belo Horizonte. Durante o Ato Político pelo Direito a Terra, o MST recebeu convidados que contribuem na sua construção desde sua origem.
Do legado da luta dos posseiros em Teófilo Otoni, em 1945, nasce o MST de Minas Gerais. A primeira ocupação no Estado foi realizada em 1988, com 400 famílias que construíram o assentamento Aruega, que leva o nome da fazenda ocupada, no Município de Novo Cruzeiro. Essa mesma região sofreu o Massacre de Felisbugo, no qual cinco Sem Terra foram assassinados por Adriano Chafik, que está preso desde o ano passado pelo crime.
O ato político focou nestes 30 anos de caminhada. “O MST veio materializar a luta concreta pela reforma agrária e pela produção de alimentos saudáveis, tem sido a vanguarda na luta contra a retirada de direitos no país”, destacou o companheiro Jeferson Silva, do Sindieletro.
Diante da ameaça do próximo governo e dos ataques midiáticos que tendem a distorcer os objetivos do MST e qualificá-lo como terrorista, a comunicação popular foi representada pelo jornal Brasil Brasil de Fato. “Esse Movimento nos inspira que fazer comunicação é preciso, que fazer cultura é possível. E tudo de um jeito inclusivo. Vida longa ao MST!”, afirmou Joana Tavares, editora do jornal em Minas Gerais.
O Deputado Federal eleito, Rogério Corrêa, lembrou a luta por Lula Livre, comemorou a abertura do Memorial da Anistia e reafirmou que o povo brasileiro não quer o retorno da ditadura. “O MST está mudando a estratégia da esquerda brasileira, fazendo mobilização social, com arte e cultura. É este o caminho que devemos seguir”, aponta.
Também estiveram presentes a vereadora da “gabinetona” Cida Falabela, o promotor Afonso Henriques, a Frente Brasil popular esteve presente com o Movimento dos Atingidos por Barragens, o Movimento da Marcha Mundial de Mulheres, o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Trabalhadores por Direitos, o coletivo de bordadeiras Linhas do Horizonte, a Consulta Popular.
Durante o ato foi lançada a Cartilha Mulheres, Agroecologia e as lutas por saúde. Um trabalho coletivo, escrita por várias mãos das mulheres Sem Terra de Minas Gerais, em conjunto com a Escola Pública de Saúde.
*Editado por Iris Pacheco