Na Bahia, agroecologia é o caminho percorrido para transformação social

Se por um lado o agronegócio continua com sua investida na produção e disseminação de veneno, por outro, organizações populares, como o MST começaram a levantar a bandeira da agroecologia, como percussora da justiça social

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Por Izelia da Silva e Jobson Passos
Da Página do MST 

 

Fim da segunda guerra mundial, entramos no que conhecemos como Revolução Verde, período de invenção e disseminação de novas sementes e práticas agrícolas que permitiram um vasto aumento na produção agrícola a partir da década de 1950 nos Estados Unidos, Europa e, nas décadas seguintes, em outros países. Com isso, “herdarmos” também o material químico vindo dessa produção, ou seja o veneno, que hoje em dia chamamos de agrotóxico. 

Com o passar do tempo e os malefícios do uso excessivo de agrotóxicos para a população e o meio ambiente, uma grande disputa começa a surgir.

Se por um lado o agronegócio continua com sua investida na produção e disseminação de veneno, por outro, organizações populares, como o MST começaram a levantar a bandeira da agroecologia, como percussora da justiça social, da soberania alimentar e da emancipação humana.   

Os princípios agroecológicos encontram solo fértil para transição em assentamentos do MST. Agricultores como José Rodrigues, do assentamento Paulo Kageyama, no extremo sul da Bahia, podem confirmar isso. “Sempre trabalhei com a agroecologia, porém, não sabia que o que eu já fazia aqui eu poderia chamar de agroecologia. Isso foi o que aprendi desde sempre com meus pais e avós, esse modo de plantar, de respeitar o meio ambiente e natureza. Vejo muita gente que ainda acredita que para ter uma produção de grande escala o veneno é a solução. Compreender com o MST que a agroecologia é uma filosofia de vida e que precisa ser praticada é essencial para conseguirmos acabar com esse modelo que não respeita o equilíbrio da natureza, nem os recursos naturais”, conta.

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Agroecologia na Bahia

Na Bahia o debate político acerca da agroecologia começa em 2011 com a campanha “Agrotóxico Zero e MST pela vida”. Com o tempo, formação e práticas cotidianas nas comunidades, tendo as escolas e cursos de formação como ferramenta de luta e resistência, buscou-se potencializar o desenvolvimento da agroecologia e fortalecer a identidade camponesa com mecanismos capazes de auxiliar no trabalho de mobilização, autoestima, fortalecimento da identidade.

Sudoeste e extremo sul

Nessas regiões, a agroecologia é parte integrante do currículo escolar, as aulas nas escolas do campo acontecem em regime de alternância, ou seja, o aluno passa um tempo estudando e o outro em tempo comunidade. 

Recôncavo, baixo sul e norte 

Já nessas regiões o regime é como o das escolas, todos os dias os alunos vão às aulas, e a escola provê momentos de aprendizado, onde os alunos podem poder em prática as novas técnicas adquiridas.