Agroecologia como instrumento da luta de classe
Da Página do MST
O MST se reuniu na Bahia para um encontro das Redes Produtivas, com seminários sobre produção agroecológica e agroindústria e a comercialização, no debate de estratégias para segurança e soberania alimentar do campo a cidade.
A atividade aconteceu durante os dias 20 a 22 de março, no assentamento Projeto de Desenvolvimento Sustentável Pau Brasil, no município de Itamaraju, no Extremo Sul da Bahia. Cerca de 100 pessoas participaram do encontro, entre agricultores, agricultoras, direções e equipe técnica.
Durante esses dias foram discutidas as perspectivas da frente produtiva agroecológica que vem sendo desenvolvida e seus métodos organizativos. Eles refletiram sobre as agroindústrias nas áreas, a regulamentação das entidades jurídicas, como as associações e cooperativas, bem como a certificação orgânica agroecológica e as regulamentações das famílias assentadas.
Segundo Roberta Cristina, coordenadora da Frente de Comercialização da Regional Extremo Sul, o espaço foi estratégico para discutir e consolidar os canais de comercialização do MST no estado.
“Com esta perspectiva, tentamos refletir sobre geração de renda e sustentação das famílias acampadas e assentadas, que buscam através da produção de alimentos saudáveis, garantir a refeição do campo e da cidade”, afirmou.
Ainda segundo a coordenadora, o objetivo foi dar continuidade ao debate da produção do MST do estado da Bahia, na expectativa de organizar a produção, as agroindústrias, bem como buscar estratégias e métodos coletivos para garantir o escoamento dos alimentos que são resultado das áreas de reforma agrária.
Além disso, com o tema “Massificação da agroecologia como instrumento da luta de classe”, o evento intensificou a discussão sobre o papel da agroecologia como ferramenta de luta e resistência.
Para Rascunho, coordenador nacional do setor de produção, uma das vantagens foi poder compartilhar estas ideias a nível nacional enquanto Movimento: “Uma de nossas tarefas é a produção de alimento saudável, limpo e que dialoga diretamente com a agroecologia, e esta é nossa principal ferramenta no combate ao agronegócio e latifúndio”, ressaltou.
Também foram debatidos temas como a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento a Agricultura Familiar (DAP), com Samuel Feldman, da BahiaAter, e com a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos, com a equipe do projeto Assentamentos Agroecológicos e com o Sistema de Participativo de Certificação, Selo da Agricultura Familiar (SIPAF), com Thiago Guedes do CPOrg/BA e Agroindústrias: Gestão e Administração Ricardo do Espírito Santo.
A atividade se encerrou com um dia de campo e com o plantio do arroz agroecológico, no Projeto de Assentamento Agroecológico Fabio Henrique.
*Editado por Fernanda Alcântara