No Espírito Santo, famílias Sem Terra sofrem ameaça de despejo
Por Mariana Motta
Da Página do MST
As 70 famílias do acampamento Ondina Dias, localizado em Nova Venécia, na região norte do Espírito Santo, correm o risco de despejo a qualquer momento, caso um pedido de reintegração de posse seja cumprida nesta terça-feira dia 23 de abril de 2019.
Histórico
No dia 2 de abril de 2017, mais de 300 famílias ocuparam a fazenda Neblina em Nova Venécia, no norte do Espírito Santo. De propriedade da família Sltoi, o latifúndio de 1.100 hectares possui uma dívida de R$27 milhões com a União. Além disso, a fazenda encontra-se em área de proteção ambiental da reserva natural da pedra do Elefante, com importante função social na região e no estado.
Proposta do MST
Por se tratar de uma área de preservação ambiental, o Movimento reivindica a área para a criação de um assentamento agroecológico, estruturado no Plano de Desenvolvimento de Assentamentos Sustentáveis (PDS), e que gere trabalho, renda e qualidade de vida para as famílias.
O MST no Espírito Santo emitiu uma nota pública solicitando ao Governo do Estado, organizações, entidades e movimentos populares para que não seja executada a ordem de despejo.
Confira a íntegra da nota:
Nota de repúdio do MST no Espírito Santo à ordem de despejo e reintegração de posse no acampamento Ondina Dias
As 70 famílias do acampamento Ondina Dias, incluindo 30 crianças e 20 jovens, sofrem ameaça de despejo em Nova Venécia!
Em 2 de abril de 2017 mais de 300 famílias ocuparam a fazenda Neblina em Nova Venécia, norte do ES. De propriedade da família Sltoi, o latifúndio de 1.100 ha possui uma dívida de R$27 milhões com a união. Além disso, a fazenda encontra-se em área de proteção ambiental da reserva natural da pedra do Elefante, com importante função social na região e no estado.
Já em processo de negociação com o crédito fundiário, as famílias acampadas denunciam o descumprimento da legislação ambiental e da função social da terra não previstos no contrato, caso esta venda se efetive. Da mesma forma, reivindicam a área para a criação de um assentamento agroecológico, estruturado no Plano de Desenvolvimento de Assentamentos Sustentáveis (PDS), e que gere trabalho, renda e qualidade de vida para as famílias.
Seguimos organizadas e resistindo na luta por direitos humanos fundamentais, como trabalho, terra, infraestrutura, moradia, saúde, educação, esporte, lazer. Pela produção de alimentos saudáveis, que respeitem a vida e a natureza.
Conclamamos o apoio de toda a sociedade para evitar mais este ato de violência contra as famílias acampadas, contra a reforma agrária e o MST. Pela justiça social e soberania alimentar!
Neste momento é de suma importância as manifestações de apoio às famílias do MST e repúdio ao despejo, assim como toda solidariedade possível contra a ação da PM, agendada para o dia 23 de abril. Precisamos ainda, urgentemente de lonas e recursos para transporte.
LUTAR! CONSTRUIR REFORMA AGRÁRIA POPULAR!