Cooperativa do MST de agroecologia completa 25 anos

Coopan é uma das referências em produção de alimentos saudáveis na região Metropolitana de Porto Alegre

 

Leandro Molina 01.jpg
Aniversário da Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan). Foto: Leandro Molina

Por Maiara Rauber
Da Página do MST

 

A consolidação de um projeto de trabalho coletivo completa 25 anos. As famílias assentadas de Nova Santa Rita, na região Metropolitana de Porto Alegre comemoram os resultados conquistados a partir da luta. No último domingo (5) foi realizada a festa em celebração ao aniversário da Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), no Assentamento Capela. Estiveram presentes lideranças do MST, sindicatos, partidos de esquerda e público em geral, o que culminou na presença de aproximadamente 1,1 mil pessoas.

Leandro Molina 02.jpg
Foto: Leandro Molina

A cooperativa teve sua fundação no ano de 1994, porém a idealização desse empreendimento já era discutida nos anos de acampamento na então Fazenda Capela. Atualmente os 193 associados têm como objetivo ser referência em cultivo de alimentos saudáveis, prestação de serviços, resistir ao sistema atual e lutar por uma sociedade mais justa e igualitária. Como forma de autossustento, os assentados trabalham com uma variedade de culturas, no entanto as suas principais atividades econômicas é a produção, industrialização e comercialização de arroz orgânico e prestação de serviços, além da criação, abate e venda de carcaças de suínos, panifícios e gado leiteiro.
 

O marco da Coopan segundo Indiane Witcel Rubenich, uma das gestoras da cooperativa, é o trabalho com a produção de alimentos saudáveis, o avanço na produção e a agroindustrialização do arroz orgânico. Vem sendo produzido ao ano cerca de 16 mil sacas do grão, o qual é beneficiado e embalado em agroindústria própria. A maior parte do alimento é comercializada via Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
 

Indiane ainda destaca os principais avanços que os Sem Terra do Assentamento Capela adquiriram com o passar de 25 anos de trabalho coletivo. “Tudo o que temos foi uma grande conquista, como a qualidade de vida, local de moradia, agroindústrias, infraestruturas, pois ter o ciclo completo de produção foi muito importante pra continuidade da cooperativa”, enfatiza. A partir do método de organização adotado pelas famílias, a Coopan é um dos principais instrumentos para a permanência dos jovens no campo, uma vez que garante trabalho e renda, oferece opções de lazer e incentivos para que eles continuem estudando. Além disso, disponibiliza uma Ciranda Infantil.
 

Coopan busca fortalecer seus objetivos
 

Leandro Molina 05.jpg
Foto: Leandro Molina

Validar a conquista da terra sempre será uma das bandeiras dos acampados e assentados da Reforma Agrária. De acordo com Indiane, a Coopan também busca disponibilizar qualidade de vida e bom relacionamento entre sócios e a comunidade. “Entre as nossa metas está sermos donos do nosso trabalho, remuneração com compromisso e confiança em um bom ambiente de convivência”, ressalta a gestora. Outra ação visionada pela cooperativa é a garantia da continuidade dos jovens no campo.
 

Para além disso, a Coopan está construindo, por meio do Programa Terra Forte, um abatedouro e frigorífico de suínos e bovinos, para atender as necessidades dos assentamentos e de agricultores familiares da região. No entanto a liberação da estrutura para funcionamento não tem data concreta. A estimativa é 2020, sendo que a sua finalização depende de recursos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
 

O empreendimento garantira inicialmente 40 postos de trabalho. A meta de produção das famílias é de 250 porcos e 50 cabeças de gado diariamente. O abatedouro visa possibilitar a comercialização em carcaças, cortes, embutidos e cozidos.

 

 

Editado por Fernanda Alcântara