Mais um militante do MST é assassinado no campo
Da Página do MST
Na última quarta-feira (5), o trabalhador Sem Terra Aluciano Ferreira dos Santos, foi assassinado por pistoleiros em Brejo da Madre de Deus (PE), a caminho de uma rádio comunitária onde participaria de um programa.
Aluciano contribuiu em diversas lutas do MST e na organização das famílias.
Em nota divulgada esta semana, o Movimento denuncia que sua morte “é retrato do atual momento que vivemos” e continua: “a violência no campo é incentivada em larga escala por discursos inflamados de ódio e intolerância contra o MST e os movimentos populares”.
Confira o documento na íntegra:
Nesta quarta-feira (5), a violência no campo fez mais uma vítima. Aluciano Ferreira dos Santos (41), foi assassinado na cidade de Brejo da Madre de Deus, no Agreste Pernambucano.
Santos estava tentando refazer a sua vida depois de ter sido preso injustamente em 2009 durante um conflito de terra na fazenda Jabuticaba, em São Joaquim do Monte.
Depois de oito anos na prisão injusta, o militante foi a juri popular em março de 2018 e, após ser considerado inocente, foi imediatamente libertado para recomeçar sua vida.
Preocupado com sua segurança diante das ameaças por parte de jagunços e latifundiários da região, Santos mudou-se para o município de Brejo da Madre de Deus onde foi covardemente assassinado.
A morte de Santos é retrato do atual momento que vivemos em que a violência no campo é incentivada em larga escala por discursos inflamados de ódio e intolerância contra o MST e os movimentos populares.
Ao legitimar a violência, com discurso de ódio, flexibilização da posse de armas e criminalizalição dos movimentos populares e da luta por Reforma Agrária Popular, Bolsonaro incentiva e contribui diretamente para o aumento das injustiças, da violência e das mortes no campo.
De nossa parte seguiremos fortalecendo o nosso compromisso em defesa da liberdade e do nosso direito de lutar por terra e por melhores condições de vida, essa é a melhor forma de manter vivo o legado de Aluciano.
Exigimos da Secretaria Desenvolvimento Agrário, Secretaria da Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco e de todos os órgãos de justiça responsáveis pelas investigações, a resolução e prisão dos responsáveis e a garantia da segurança de todas as famílias acampadas no estado.
06 de junho de 2019
Direção Estadual do MST-PE
*Editado por Maura Silva