“Continuaremos a luta e a defesa da Educação do Campo e do MST”

Manifesto de educandas e educandos das escolas de assentamentos no Espírito Santo
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Documento é resultado da reflexão: “O papel da juventude na desefa pelo direito a Educação Pública, Popular e Libertadora”

Por Mariana Motta
Da Página do MST

O MST realizou entre os dias 11, 12 e 13 de julho o 31º Encontro Estadual dos Educadores e Educadoras das Escolas de Assentamentos de Reforma Agrária do Espírito Santo, realizado no Centro de Formação e Capacitação da Agricultura Familiar em São Mateus, norte do estado. 

Durante o encontro, que debateu os desafios, avanços e perspectivas na construção de uma educação do campo de qualidade, a programação contou com a participação de educandos e educandas das escolas de assentamentos. Na sexta-feira (12/07), eles se reuniram para dialogar e refletir sobre “O papel da juventude na desefa pelo direito a Educação Pública, Popular e Libertadora”, com a tarde cheia de reflexões a cerca do direito a educação.
 

Olhando para a realidade concreta das crianças, adolescentes e jovens que estudam nas diversas áreas de assentamentos pelo estado do Espírito Santo, os educandos e educandas produziram coletivamente o Manifesto das Educandas e educandos das escolas de Assentamento do Espírito Santo. 
 

Manifesto das educandas e educandos das escolas de assentamento de reforma agrária do Espírito Santo

Gosto da nossa escola
Vou te falar qual a razão
Ela é fruto
De uma grande ocupação 

Nós, educandas e educandos presentes no XXXI Encontro dos Educadores e Educadoras das Escolas de Assentamentos da Reforma Agrária do estado do Espírito Santo, reunidos de 11 a 13 de julho de 2019 em São Mateus no Espírito Santo, representamos todas as educandas e educandos das escolas de assentamentos do estado. Nos reunimos no dia 12 de julho para dialogar e refletir sobre “O papel da juventude na desefa pelo direito a Educação Pública, Popular e Libertadora”.

Somos crianças e adolescentes, filhas e filhos das famílias Sem Terra, moramos nos assentamentos de Reforma Agrária. Com os nossos pais ocupamos a terra para ter alimentos, casa para morar, lugar de brincar, estudar e ser feliz. Em nossas escolas produzimos parte dos alimentos que consumimos, aprendemos formas de preservar o meio ambiente, de cuidar do lixo, dos riscos do uso de agrotóxicos, temos oficinas, palestras, visitas de estudo, atividades e noites culturais, místicas, auto-organização e plano de estudo.

O QUE QUEREMOS?

– Lutar contra a discriminação das Escolas do Campo e dos sujeitos do campo;

– Lutar pela oferta de ensino médio nas escolas de Assentamento no estado do Espírito Santo;

– Lutar pelo acesso ao ensino superior que contribua com os povos do campo;

– Lutar por mais investimentos na educação, no campo e na cidade;

– Queremos maiores estruturas nas escolas de assentamentos:quadra poliesportiva, melhorias nas estradas e no transporte escolar, bibliotecas e outros. Para que a estrutura das escolas de assentamentos sejam adequadas para as atividades de estudo, trabalho, integração e lazer;

– Que seja garantida a educação pública, popular e libertadora para todas as crianças do Brasil.

NOS COMPROMETEMOS

– Lutar contra o agronegócio, que além de não produzir alimentos, polui nosso solo, o ar e a água;

– Continuar lutando e defendendo a Educação do Campo e do MST em todos os espaços que estivermos;

– Lutar para que as futuras gerações possam ter educação pública e de qualidade, com todos os direitos garantidos;

– Lutar para que outras famílias tenham acesso a terra, assim tendo a criação de outras escolas de assentamentos.

Lutar, Construir Reforma Agrária Popular!
12 de julho de 2019, São Mateus/Espírito Santo