“Com alimentação saudável e agroecologia nós vamos derrotar Bolsonaro”

Conferência de debate na 20ª Feira da Reforma Agrária em Maceió reafirma o compromisso na luta contra os agrotóxicos
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Fotos: Leonardo André

 

Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

           

Marcando o segundo dia da 20ª Feira da Reforma Agrária em Maceió, a Conferência “Alimentação Saudável: um direito de todas e de todos”, levou ao Palco da Praça Central, na Praça da Faculdade, os desafios na luta pela produção de alimentos saudáveis e no combate ao agrotóxico. Participaram da Conferência o Deputado Federal Nilto Tatto, que integra a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, a atriz e ativista Pally Siqueira e João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST.

     

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Pally Siqueira
Foto: Leonardo André

      
O espaço de debate reuniu feirantes, amigos do MST e muitos consumidores que visitavam a Feira durante a manhã de hoje (5), aprofundando os atuais desafios no Brasil no combate ao agronegócio e construção da agroecologia.

           
“No governo Bolsonaro já são quase novos trezentos venenos liberados em menos de 8 meses”, explicou Nilto Tatto. O Deputado Federal por São Paulo, que também é ambientalista destacou a importância da disputa parlamentar no combate aos agrotóxicos, aliada a necessidade da luta popular.

“Só há uma possibilidade de ganharmos o debate sobre o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos: associar a luta no parlamento com a luta dos movimentos populares do campo e da cidade”.

O alto índice no número da liberação de agrotóxicos nos últimos meses, já é considerado o maior volume de liberação de veneno da história do país, com alta de 922%, se comparado ao mesmo período de 2010. Entre os novos venenos liberados no Brasil, muitos são considerados “altamente tóxicos” e outros já na escala de “extremamente tóxicos”.

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Nilto Tatto 
Fotos: Leonardo André

Segundo Tatto, o impacto do modelo de agrotóxicos no meio ambiente é expresso de várias formas, “os solos perdem sua fertilidade, causam mortes de animais polinizadores, perdemos a biodiversidade. Até na torneira da cidade já se prova que chegam 27 substâncias comprometedoras”.

A atriz e ativista Pally Siqueira, reforçou que as Feiras organizadas pelo MST são grandes respostas aos ataques do governo à liberação de veneno e símbolos de resistência na produção de alimentos livres de agrotóxico. “Muitas pessoas têm uma visão distorcida do que é o MST, mas esse Movimento simboliza a resistência popular, tirando veneno da mesa do povo e levando comida de verdade. O povo bem alimentado é um povo forte para a luta”.

“A ideia e a prática da agroecologia é o único caminho para salvar a humanidade”, comentou a atriz em sua passagem pela 20ª Feira.

Já João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, em contraponto ao agronegócio que necessita de veneno para se manter, os defensores da alimentação saudável e dos bens da natureza devem potencializar as lutas no Congresso, para barrar os ataques e retrocessos pautados pelo governo no ataque à terra e a agricultura camponesa; fortalecer as lutas de massas nas ruas; e ganhar a sociedade na disputa das ideias, papel que cumprem as Feiras da Reforma Agrária.

“Queremos a Reforma Agrária Popular para o povo, transformando vidas e transformando os territórios”, destacou João Paulo. “Consolidar a Reforma Agrária Popular perpassa pelas necessidades de seguirmos lutamos pela democratização da terra, pelo desenvolvimento do campo, através de políticas públicas e pela construção da agroecologia”.

“Essa proposta precisa ser defendida por todos nós. O governo atual mantém um pacote de violência, com liberação de armas no campo, reforçando discurso de ódio, privatização dos bens da natureza, desmatamento para expansão do latifúndio e tantos outros retrocessos”, explicou. “Com alimentos saudáveis e agroecologia nós vamos derrotar o governo Bolsonaro”.

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Feira 20 Anos

A 20ª edição da Feira da Reforma Agrária continua até o próximo sábado (07), com a participação de 200 feirantes de todo o estado de Alagoas, vindos dos mais diversos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária.

Reunindo mais de 80 tipos de produtos comercializados na Praça da Faculdade, a Feira fortalece o encontro do campo com a cidade através da comercialização do que é produzido no campo alagoano pelas mãos de mulheres e homens Sem Terra.

Ainda compondo a programação da Feira da Reforma Agrária em Maceió, o Festival de Cultura Popular também continua até o próximo sábado, onde 30 atrações artísticas sobem aos dois palcos do Festival, incluindo o grande show de Odair José, na sexta-feira (6).