Escola Latinoamericana de Agroecologia sedia curso de sabores da agrofloresta
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Por Antonio Kanova
Da Página do MST
Cerca de 35 estudantes participaram do curso “Sabores da Agrofloresta”, realizado desta sexta (20) até domingo (22). Eles vieram aprender sobre técnicas agroflorestais e a preparar pratos saudáveis aproveitando o máximo dos alimentos.
Voltado para o público urbano, o objetivo era conectar campo e cidade, percorrendo todo o caminho da produção do alimento, desde o cultivo da terra, através do técnicas e manejos agroflorestal e o preparo de alimentos. O curso é idealizado pela apresentadora e chef de cozinha Bela Gil e o agrofloresteiro Namastê Messerschmidt.
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fim de semana. Foto: Antonio Kanova
Para Bela Gil, é importante “combinar tanto o conhecimento da culinária quanto o conhecimento da terra e da plantação, para voltar o curso para as pessoas entenderem, realmente na prática, como se dá a comida que vem diretamente da terra”.
Bela Gil também ressaltou o papel da agroecologia e o cuidado com a natureza e a própria saúde. “O tratamento que um agricultor de agrofloresta dá para a terra e para a planta é o mesmo cuidado de uma pessoa que cuida da alimentação, que cozinha pensando na saúde. Esse olhar mais sistêmico, mais holístico, mais integral de que nada está isolado”.
A realização do curso no assentamento Contestado traz a ideia de um conjunto de elementos presente na reforma agrária popular. O agrofloresteiro Namastê reforça que “realizar o curso aqui traz esse contexto da reforma agrária que é muito importante dentro da agroecologia aliando agrofloresta, culinária dentro da reforma agrária”.
Os participantes são de vários estados e diferentes profissões, formando um grupo diversificado entre empresários, aposentados, agrônomos, produtores rurais e assentados da reforma agrária. “É uma oportunidade muito grande das pessoas poderem estar convivendo em um território como este e ver com os próprios olhos o que realmente é de verdade”, afirma Namastê.
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diferentes profissões. Foto: Antonio Kanova
Mario Aumond, conhecido como “o Gaúcho”, é aposentado e atua hoje como produtor agroecológico. Ele vivenciou pela primeira vez as práticas de um assentamento explicou a importância de defender a agroecologia.
“A humanidade está caminhando para um caminho muito perigoso. Um caminho para acabar com a natureza. A agroecologia é um caminho para reverter isso. Talvez seja pela agroecologia que, a sociedade como um todo, retome um caminho mais descente para a humanidade”.
Durante o curso, os estudantes realizaram práticas nos lotes dos assentado. Entre uma visita técnica e a outra, a apresentadora Bela Gil ensinava a preparar pratos com os alimentos encontrados no assentamento: teve tapioca de inhame, coração de banana, farofa de talos, sucos e vários outros alimentos.
Todo o lucro arrecadado durante o curso foi destinado a ELAA como forma de incentivo e continuidade à formação e capacitação para assentados da reforma agrária.
*Editado por Fernanda Alcântara