Sem Terra ocupam latifúndio de eucalipto e denunciam destruição ambiental do ES

50 famílias Sem Terra ocuparam latifúndio que destruíam grandes áreas de terras agricultáveis
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O  conflito de terras na região é histórico e se prolonga por quase 30 anos na região. Foto: Divulgação/ MST-ES

Por Mariana Motta
Da Página do MST

Na madrugada deste sábado (19 de outubro), cerca de 50 famílias Sem Terra decidiram resistir ao desemprego, a fome e a concentração de terras, ocupando mais um latifúndio no Espírito Santo.

As famĺias romperam as cercas que separam pessoas do acesso a terra, numa região onde a monocultura do eucalipto vem se ampliando e transformando nossos campos em desertos verdes. Foi ocupada a área S105, de 414 hectares, às margens da BR 101, próximo ao vilarejo de Lagoa Seca, no município de Pinheiros (ES), da maior empresa de papel e celulose do mundo – A SUZANO. Só nessa região a empresa amplia suas áreas em mais de 5 mil hectares.

 

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Foto: Divulgação/ MST-ES

A Suzano, após fusão com a empresa Fibria, é responsável pela destruição de grandes áreas de terras agricultáveis no Espírito Santo, expulsando milhares de famílias camponesas, quilombolas e indígenas. Produzem eucalipto para o mundo, concentrando riquezas e deixando a pobreza da população e degradação ambiental paras as regiões e para o nosso país.

Para contrabalancear esta lógica, trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra compreendem que só com a luta é possível construir e renovar a esperança de uma sociedade justa e por isso estamos acampadas. “Queremos terra para produzir alimentos saudáveis para a sociedade. Esse é o nosso projeto”, afirmou Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Espírito Santo.  

O conflito de terras na região é histórico e se prolonga por quase 30 anos em meio a resistência camponesa contra os latifúndios da cana e do eucalipto. A reforma agrária continua sendo a política pública necessária para resolução destes conflitos que só se resolvem com a distribuição das terras e o desenvolvimento sócio econômico das famílias.

O MST no Espírito Santo enxerga que é necessário transformar áreas sem gente e sem trabalho, em campos onde possamos produzir alimentos saudáveis, gerar trabalho, construir escolas e formar novas comunidades camponesas.

*Editado por Fernanda Alcântara