Grupo Teatro Mágico visita acampamentos do MST, no Pará, ameaçados de despejo
Por Catarina Barbosa
Do Brasil de Fato
O grupo de música Teatro Mágico visitou na manhã deste sábado (26) dois acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST): o Hugo Chaves, em Marabá e o Dalcídio Jurandir, em Eldorado do Carajás, ambos no Pará, cujo despejo está marcado para o dia 5 de novembro.
O grupo conheceu a produção do território e dialogou com os acampados realizando atividades artístico-culturais. Entre as músicas cantadas pelos integrantes junto aos moradores está a “Canção da Terra”, de autoria do trovador Pedro Munhoz, presente no álbum A Sociedade do Espetáculo (2011), que fala sobre a importância da reforma agrária e da luta promovida pelo MST.
Os moradores entregaram mudas de plantas para os membros da banda. Eles plantaram como símbolo dessa produção que o acampamento estimula dobrar nos próximos dois anos.
No acampamento Hugo Chaves, constituído por 50 famílias, os integrantes da banda foram recebidos na Escola Luiz Carlos Miranda Gomes, que recebeu esse nome em homenagem a um integrante do MST que tombou na luta pela terra. Para Fernando Anitelli, vocalista da banda, muito mais do que defender a causa é importante conhecer o dia a dia de quem luta pela terra.
“A gente está transformado, a gente está tocado de passar um tempo e conhecer a fundo do que se trata o MST, as vivências, os jovens, os mais velhos. Do que se fala aqui dentro, como se fala. Como se ensina a resistência, a luta através do respeito. O que dizem por aí nas mídias, na luta é completamente mentiroso, equivocado”.
No Dalcídio Jurandir – cuja reintegração de posse está marcada para o dia 5 de novembro – diversas crianças pintaram os rostos para receber a banda. Os artistas foram recebidos pela comunidade e puderam conhecer um pouco mais das atividades desenvolvidas junto às crianças.
Enivaldo Alves do Nascimento, da direção estadual do MST, explica que o movimento lançou uma nota dizendo que em dois anos dobrarão o número de árvores plantadas na comunidade. Nos últimos cinco anos foram plantados 30 mil árvores nas comunidades e a ideia é que isso dobre nos próximos dois anos.
“A gente não é bem entendido por uma boa parcela da sociedade e quando essas pessoas adentram aos nossos espaços e conhecem um pouco da nossa realidade. Vê o nível de luta, a nossa compreensão, não só para a questão agrária, para a questão da terra, mas para toda essa estrutura que deve existir. A gente pensa que a sociedade pode nos ver de uma outra forma. Isso soma muito no nosso contexto de luta”, enfatiza.
Edição: Camila Salmazio/BdF