Em ato, mulheres Sem Terra distribuem alimentos da Reforma Agrária em Brasília
Por Hony Riquison Sobrinho
Da Página do MST
Nesta segunda-feira (25), mais de 100 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra distribuíram alimentos produzidos nos acampamentos e assentamentos de Reforma Agrária do Distrito Federal e entorno.
O ato faz parte das atividades sobre o Dia Internacional da Luta pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, data que marca o assassinato das três irmãs Mirabal, ativistas que se opunham à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, na República Dominicana, em 25 de novembro de 1960. A data foi sugerida por movimentos feministas latino-americanos para ser um dia de denúncia ainda na década de 80, sendo instituída pela ONU em 1999.
A mobilização em Brasília também faz parte das ações que estão sendo construídas para o Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, que vai acontecer em março de 2020 em Brasília, com o lema “Mulheres em Luta, Semeando Resistência”.
Simbolicamente, a escolha do local do ato objetivou a solidariedade das mulheres do campo com as da cidade. A ação demonstra que as mulheres camponesas também são responsáveis pelas produções de alimentos saudáveis e estão enfrentando todo um modelo que não as contempla, que é a produção a partir do uso de agrotóxicos.
O Brasil já totaliza 382 registros de novos agrotóxicos, sendo que o número pode chegar a 410. Para Sandra Cantanhede, da direção estadual do MST no Distrito Federal, “a ação nos fortalece na luta contra a violência, e permite que as mulheres da cidade em uma data de resistência e luta possam se alimentar da produção saudável das mulheres camponesas” afirma.
A cada 2 minutos, 5 mulheres sofrem violência no Brasil e de acordo com o último estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em uma comparação de 2016-2017, a taxa de mortes de mulheres cresceu 5,4% no Brasil. E 28,5% dos homicídios de mulheres aconteceram dentro de casa.
Na rodoviária do Plano Piloto circula em media 1 milhão de pessoas por dia, e após a entrega dos alimentos as mulheres seguiram gritando palavras de ordem, cantando canções e em Jogral anunciando nome de mulheres que foram vitimas de feminicídio no Distrito Federal.
*Editada por Fernanda Alcântara