MST reúne amigos na Escola Nacional Florestan Fernandes
Por Rafael Soriano
Da Página do MST
Fotos: Yuri Simeon
Neste sábado, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou o Encontro de Amigos e Amigas do MST/2019, reunindo cerca de 500 participantes na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema-SP. A atividade se tornou comum ao final de cada ano e hoje já se repete em outros locais, como Rio de Janeiro e na capital federal, Brasília.
Nas palavras de Rosana Fernandes, direção da escola e do MST, “passamos o ano todo esperando este momento para, após realizar nosso planejamento inteiro, podermos celebrar, comemorarmos e confraternizarmos, reafirmando nossa luta e nossa esperança nesse encontro de amigos e amigas. A cada ano, a atividade tem se fortalecido, fortalecido a unidade entre nos, que diante de todas as dificuldades temos nos juntado para seguir em frente”.
Aproveitando o momento celebrativo, foi inaugurado a 8ª loja da rede Armazém do Campo, loja de produtos orgânicos e da Reforma Agrária do Movimento Sem Terra. Na oportunidade foi lançado o livro “Santo Dias – quando o passado se transforma em Hisótria”, sobre o mártir operário assassinado pela ditadura durante um piquete na região sul da cidade de São Paulo. Os participantes também puderam participar de um balanço da conjuntura com João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST.
“Avançamos muito na Reforma Agrária Popular, apesar do governo. Quarta que vem vamos formar lá na faculdade de direito onde o Moro da aula, no nariz deles, 49 novos advogados, homens, mulheres, negros e negras, filhos e filhas de camponeses. O suco de uva orgânico, produzido pelo MST ganhou a medalha de ouro de melhor suco de uva das Américas”, afirmou Stedile.
O militante do MST se refere ao cenário político como um momento em que o projeto mais amplo, da Reforma Agrária Popular continua a avançar, o que transcende apenas a destinação de novas terras, mas envolve o avanço em áreas, como educação, produção e agroindustrialização de alimentos, cultura e outras dimensões da vida do campo. Um momento de resistir estrategicamente.
“Resistimos na permanência do Centro de Formação Paulo Freire, colocamos por dois meses centenas de companheiros e resistimos ao despejo ideológico que queria executar o coronel superintendente do Incra em Pernambuco. Está conectado: não conseguiremos avançar na Reforma Agrária Popular se não conseguirmos derrotar a classe dominante e esse governo fascista, por isso a batalha da Reforma Agrária Popular também depende da disputa política mais ampla”, diz ao explicar a relação das batalhas originarias do MST em relação ao latifúndio e agronegócio e a luta política do país.
Vânia Leite, do Coletivo Flores da Democracia, era uma das amigas presentes. “Todas as vezes que eu fui lá, era muito forte”, se refere em relação a Vigília Lula Livre, mantida entre outras organizações pelo MST. “Tinha um magnetismo, tinha uma irmandade. Aliás, todas as vezes que eu me encontro com o MST, como assim agora que estamos na Escola Nacional eu tenho esse sentimento de família, de estar junto, de tá fortalecido. O MST me fortalece, me leva pra outra vibração, outro espaço. É muito bom estar junto com vocês”, declara.
Num momento de solidariedade de classe, o futebol e a cerveja selaram a relação entre campo e cidade. O Torneio da URSAL ocupou o campo de futebol Dr Sócrates Brasileiro com jogos entre os movimentos populares e partidos de esquerda, tudo regado por um banquetaço numa concepção de comida de verdade, apresentada pelas cozinheiras Tainá Marajoara, Paula Bandeira e Leila D.