“Nossa produção tem uma história de luta”, afirma assentada
Por Setor de Comunicação MG
Da Página do MST
Nos dias 14 e 15 de dezembro, o MST em Minas Gerais realizou II Feira regional da Reforma Agrária, no assentamento Oziel Alves, localizado na BR 116, Km 407 (trevo que vai para o Pontal) no município de Governador Valadares-MG.
No espaço foram comercializados produtos agroecológicos de 10 assentamentos e acampamentos da região do Vale do Rio Doce, e contou com a tradicional Cozinha da Roça de pratos típicos deliciosos, como o peixe frito, galinhada com pirão, a tapioca, etc. Além disso, teve artesanatos indígenas, a deliciosa farinha Many à venda nas banquinhas, e artistas cantando a resistência como o Pereira da Viola, a banda Dr. Indica, Zé Pinto, entre outros.
Segundo Vânia Maria, dirigente do setor de produção na região e assentada no assentamento Liberdade, esse momento foi super importante, principalmente por que “fortalece a unidade do Movimento, é onde a gente também encontra a companheirada, traz a nossa produção, a nossa história, socializamos uns com os outros. Nossa produção tem uma história, que é a luta de homens, mulheres e crianças, que tem como princípio a defesa da justiça, da democratização da terra e a produção de alimentos saudáveis para nós e toda a sociedade.”
Há quatro anos que região do Vale do Rio Doce sofre intensamente com os impactos do crime ambiental promovido pela VALE em Mariana. O rompimento da barragem de Fundão devastou a região, pessoas perderam suas casas, animais e entes queridos, e a morosidade para que haja justiça e punição aos responsáveis tem sido grande. Além da restauração ambiental é necessário um projeto de desenvolvimento ambiental que agregue outra forma de produção de alimentos, de organização do território e da vida.
E é no sentido de traduzir as histórias que o Movimento não comercializa apenas um produto. Atrelado à reprodução da vida, todos tem um processo de luta, de resistência, que possibilita a materialização desse espaço. O próprio lema: “Cantar a Resistência, Semear Florestas, Colher Vidas” aponta para os desafios que os Sem Terra seguem se colocando para o próximo período.
*Editado por Fernanda Alcântara