Famílias acampadas no Paraná realizam feira de alimentos em defesa da Reforma Agrária
Por Kelen Alves, do Setor de Comunicação e Cultura do MST-PR
Agricultores e agricultoras acampados e assentados em Quedas do Iguaçu, região central do Paraná, se reuniram para uma Feira da Resistência Camponesa em defesa da reforma agrária, na manhã do último sábado (18).
Os pequenos produtores de feijão, milho, abóbora, ovos, melancia e outros alimentos expuseram seus produtos as margens da PR-473, próximo ao trevo do Salto Osório, para mostrar que estão lutando por terra para trabalhar e sobreviver.
Durante a manhã também houve uma roda de conversa com o companheiro Laureci Leal, da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), para socializar como está a situação agrária no estado e prestar sua solidariedade à Vigília Resistência Camponesa: por Terra, Vida e Dignidade, realizada na região oeste do estado.
“Queremos denunciar as ameaças de despejos pelo estado e pedimos apoio e a solidariedade da sociedade para que se realize o quanto antes a reforma agrária, e assim os camponeses possam ter tranquilidade e tirar seu sustento dessa terra que é pública, ou seja, é do nosso povo”, relatou Leal.
A feira traz como principal objetivo a troca de experiências e culturas, e também para descontrair do ritmo acelerado das cidades. Além disso, a mobilização é contra os despejos que estão acontecendo em todo o Paraná.
“A ideia não é só mobilizar, mas sim também conscientizar e passar o que está acontecendo nas áreas da reforma agrária do Paraná, porque os despejos estão acontecendo. Famílias estão sendo desabrigadas e desalojadas, mas a imprensa não está passando, e é isso que queremos fazer, tornar público o que está ficando de baixo dos panos”, disse Jonas Fures, um dos moradores do pré-assentamento Dom Tomás Balduíno, localizado em Quedas do Iguaçu.
Vigília Resistência Camponesa
Em Cascavel, região oeste do Paraná, agricultoras e agricultores Sem Terra deram início, no dia 28 de dezembro de 2019, à “Vigília Resistência Camponesa: por Terra, Vida e Dignidade”, para denunciar as ameaças de despejos autorizados pelo governador Ratinho Junior (PSD).
As três comunidades ameaçadas de despejo são Resistência Camponesa, Dorcelina Folador e 1º de Agosto, todas localizadas em Cascavel, no complexo de fazendas Cajati. Ao todo são 213 famílias, cerca de 800 pessoas, sendo 250 crianças e 80 idosos.
A ação ocorre às margens da rodovia BR-277, km 557, próximo ao acampamento Resistência Camponesa. As atividades realizadas buscam denunciar o desgoverno do Ratinho Junior, que é contra a reforma agrária.
*Editado por Yuri Simeon