MST realiza curso de formação com trabalhadores Sem Terra, na Bahia

Mais de cem militantes Sem Terra, do Extremo Sul da Bahia participam da atividade
Curso de formação garante um amplo processo de formação aos trabalhadores Sem Terra

Texto e fotos: Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Com a participação de mais de cem trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, o MST deu início na última semana a mais um Curso de Formação de Militantes da Bahia, desta vez, a atividade ocorreu no Assentamento Rosa do Prado, município do Prado, na região do Extremo Sul.

O curso, com duração de 30 dias, tem como objetivo garantir um amplo processo de formação para qualificar e melhorar a compreensão sobre os temas referentes a questão agrária na atualidade.

O jovem Sem Terra Samuel Pereira, que contribui no coletivo de comunicação do MST no Sudoeste da Bahia, reforça a importância da formação dos sujeitos que vivem no campo. “Aqui é um espaço para que cada um possa se ver enquanto pessoa e reforçar nosso papel na luta”, enfatiza.

O Assentamento é composto por 300 famílias que vivem há quase 28 anos no local e desde sua ocupação foi forjado a base de muita luta e resistência. Em um local de latifúndio antes improdutivo hoje se consolida na organização coletiva e produtiva de centenas de famílias.

Aldeane Lebrão, do setor estadual de cultura do MST na Bahia, contribui na Coordenação Político Pedagógica (CPP) do curso. Para ela, a formação acontece para atualizar e dar continuidade ao processo de estudo da militância. “Estamos fortalecendo também a renovação da mística e do comprometimento com a luta pela terra. Nesse momento queremos nos apropriar da história do MST na Bahia e ampliar o conhecimento político”, pontua.

Segundo ela, além da formação política e ideológica, o curso pretende fortalecer a resistência com a base dos trabalhadores Sem Terra, “como com as famílias do Assentamento Rosa do Prado. Estar aqui é fortalecer a militância na defesa dos territórios camponeses”, conta.


Atividades formativas


Durante o curso estão sendo realizadas atividades de estudo teórico, prático, cultural e esportivo, baseado na pedagógica do MST, desenvolvendo o trabalho popular e a organização de base. Para isso, alguns temas serão abordados, como: a história da agricultura; Reforma Agrária Popular e Agroecologia; cultura camponesa; gênero e o patriarcado.

Samuel Perreira, reforça a importância do curso na construção de um agente coletivo de mudanças. “Minha visão parte do coletivo, porque quando se chega aqui no curso, se deixa o eu individual de lado e passa a se tornar o nós, como nos acampamentos e assentamentos.”

Ele conta ainda que, antes de conhecer o MST é uma pessoa muito individualista e, “através do MST, aprendi que o coletivo é mais importante que o eu. Porque a gente se vê na construção do sujeito coletivo, na luta pela Reforma Agrária Popular, que é uma luta coletiva”, conclui Pereira.


*Editado por Solange Engelmann