MST realiza II Seminário da Metodologia Camponês a Camponês no Vale do Rio Doce (MG)

Metodologia de trocas de conhecimento agroecológico criada em Cuba está no processo de adaptação à realidade das famílias atingidas pela Vale, após o crime que devastou a Bacia do Rio Doce

Por Matheus Teixeira

Cerca de 50 trabalhadoras e trabalhadores Sem Terra se encontraram nos dias 1 e 2 de janeiro, no Centro de Formação Francisca Veras, em Governador Valadares (MG), para estudar e aprofundar os conhecimentos sobre a metodologia “Camponês a Camponês”, no segundo seminário sobre o tema, realizado na regional Vale do Rio Doce, em Minas Gerais.

A metodologia estudada durante os dois dias do seminário será aplicada nas áreas de assentamentos inclusos nos projetos de mitigação do crime causado pela mineradora Vale, com o rompimento da barragem de Fundão em Mariana.

A assessoria com João Portella, engenheiro florestal e educador popular camponês, se deu de forma bem dinâmica e participativa. Os agricultores e técnicos puderam simular metodologias de trabalho a serem desenvolvidas com as famílias nas áreas de assentamentos.

Para Portella, desenvolver essa atividade com o MST é fundamental. “Trabalhar essa metodologia com o Movimento é fortalecer toda a organicidade, pois essa metodologia constrói autonomia e soberania que são bandeiras importantes. Então, para mim, tem tudo a ver o movimento ‘campesino a campesino’ com o MST e suas linhas políticas”.

O método “Camponês a Camponês” parte da ideia de que os agricultores assentados compartilhem os seus conhecimentos e ações baseadas em diálogos interligados aos princípios marcantes do método. A metodologia camponês a camponês se baseia na ideia de que “a palavra convence e o exemplo arrasta, o agricultor acredita na quilo que ele vê.”

Assumindo coletivamente o compromisso de serem multiplicadores e colocar em prática a metodologia camponês a camponês, os trabalhadores saem do seminário determinados a recuperar a vida destruída pela Vale na Bacia do Rio Doce. Agora tendo em vista o trabalho coletivo e a ampliação dos espaços para que os sujeitos atuem ativamente nos processos a serem desenvolvidos dentro da comunidade.

*Editado por Yuri Simeon