MST realiza a 2ª etapa da Escola Popular de teatro e vídeo em SP

Em parceria com grupos e coletivos de teatro, curso aprofunda o trabalho com teoria política, dramaturgia, interpretação, audiovisual e música

Por Coletivo de Comunicação MST/SP 

De 25 de janeiro a 9 de fevereiro, 13 educandos das 10 regionais do MST no Estado de São Paulo, participam da 2ª Etapa da Escola Popular de Teatro e Vídeo do Estado de São Paulo. Locados na Comuna da Terra Irmã Alberta, única ocupação Sem Terra na capital do estado, em disputa há mais de 17 anos, os alunos estão aprofundando o conhecimento teórico e prático em teoria política, dramaturgia, interpretação, audiovisual e música. 


De acordo com Luciano Carvalho, da direção estadual do MST, as respostas às experiências vivenciadas nesta 2ª etapa têm sido muito positivas desde a formação técnica até o trabalho de base: “Coincidência ou não, os educandos da nossa escola assumiram tarefas de dirigentes em suas regionais e, até mesmo, no estado. Alguns jovens mal conheciam as místicas e hoje realizam com tranquilidade ações estéticas e políticas nos espaços da organização”. 


Para o dirigente estadual do setor de cultura, existe um potencial enorme para a formação do trabalho de base como outra linguagem. Segundo Luciano, houve um ganho da escola no acúmulo metodológico, pedagógico e político após estas primeiras duas etapas, o que leva a uma perspectiva de ampliação das turmas para 30 jovens do MST e de outros movimentos sociais, reforçando as organizações o carácter estratégico e tático desta formação: “Estamos preparando quadros para intervir na construção da subjetividade de nossa classe, da nossa luta. A escola nos apresentou um panorama muito animador”. 


A educanda Paula Coelho, da Regional da Grande São Paulo, relata que o curso tem sido importante para pensar a cultura e suas diversas linguagens como algo que pertence à classe trabalhadora. Para ela, a EPTV se coloca como um elemento de formação que se vincula a estratégia do movimento: “É uma questão de estar ligado ao nosso projeto de luta […], nossa formação, nosso trabalho de base”. 


Paula ainda ressalta a importância de estarem imersos, debatendo durante duas semanas, a arte em suas várias linguagens: “Agora, nesta 2ª etapa, mais maduros, um pouco mais apropriados da linguagem, da teoria, a gente viu que debater arte, debater teatro, cinema e vídeo tem sido muito importante para debater outros temas como a teoria política”. 


Para Laura Brauer, educadora da escola, o estudo sistematizado de militantes é fundamental na construção de ferramentas de análise para o enfrentamento estético à indústria cultural e a ideologia dominante. 


Além da formação teórica e prática, o curso recebeu peças teatrais, shows musicais e projeções audiovisuais como parte da proposta pedagógica. O aprendizado também se deu fora da escola em visitas às sedes dos grupos, seguidas de apresentações teatrais.