Vigília “Resistência Camponesa” recebe Voto de Louvor de vereador de Cascavel (PR)

Homenagem proposta pelo vereador Paulo Porto ressalta a organização popular e a luta pela terra

Por Fábio Conterno
Da Assessoria de Imprensa Mandato Paulo Porto / Foto: Paulo Porto

O Vereador Paulo Porto (PCdoB) protocolou na Câmara Municipal de Cascavel voto de louvor para a “Vigília Resistência Camponesa: por terra, vida e dignidade”. A vigília é uma ação dos agricultores dos acampamentos Resistência Camponesa, Dorcelina Folador e 1º de Agosto, todos localizados no complexo de fazendas Cajati, em Cascavel. O objetivo é denunciar as ameaças de despejos autorizados pelo governador Ratinho Junior (PSD) aos agricultores que vivem nos acampamentos na área ocupada as margens da rodovia BR 277 no km 557, na saída para Curitiba. Ao todo são cerca de 220 famílias – aproximadamente 800 pessoas, sendo 250 crianças e 80 idosos.


A Vigília teve início no dia 28 de dezembro de 2019, após as ações da polícia em retirar famílias de várias áreas no estado, e serve para manter a organização das famílias e mostrar para o governador Ratinho que existe produção agrícola nos acampamentos e todas as famílias acampadas dependem da terra que estão para a subsistência. Para Angela Lisboa Gonçalves, integrante da direção do acampamento Resistência Camponesa, a terra é o que garante a dignidade das famílias. “Aqui é o lugar onde produzimos a vida e o alimento, é onde trabalhamos. Se tirar a terra da gente, além da nossa moradia, vão tirar o nosso trabalho e a nossa vida digna”, diz. “Essa é uma Vigília de resistência”, enfatiza, garantindo que a ação só terminará quando a área for desapropriada e destinada à Reforma Agrária.


Para Porto, a organização das famílias é fundamental para o momento por qual o Brasil e o Paraná passam, com administrações ligadas ao latifúndio. “Hoje os agricultores sem terras estão se organizando para dar um basta à violência do governo de Ratinho Junior, que lamentavelmente segue a mesma lógica do governo de Bolsonaro em nível federal. Já foram mais de 500 famílias despejadas e a luta agora é por nenhuma a mais”, afirma o vereador, que é professor universitário e ligado aos movimentos sociais. “A reforma agrária não se resolve com despejo”, conclui.


O voto de louvor deve ser entregue na segunda quinzena de março no local onde acontece a Vigília, nas margens da BR 277, na entrada dos acampamentos.