MST reocupa fazenda em Cafarnaum, na Bahia
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST
No último dia 26, cerca de 60 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reocuparam a Fazenda Queimadas de Itiano, no município de Cafarnaum, na Bahia.
No ano de 2011 foram apreendidos e incinerados mais de 10 mil pés de maconha em três fazendas próximas, sendo 5 toneladas e 170 quilos já ensacada na Fazenda em questão, onde em torno de 20 pessoas trabalhavam no plantio e colheita.
Pouco tempo após a área ter sido embargada pela polícia, famílias ligadas ao MST ocuparam o local que, em posse do governo, poderia ser destinada à Reforma Agrária.
Os agricultores permaneceram na área até uma reintegração de posse que ocorreu seis anos após a ocupação. Passados três anos do despejo no último dia do carnaval, cerca 60 famílias Sem Terras reocuparam a Fazenda.
Segundo a Constituição Federal, as propriedades rurais e urbanas de qualquer região do país onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo devem ser expropriadas e destinadas à Reforma Agrária e aos programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Após ser embargada pela plantação de maconha, a Fazenda Queimadas de Itiano não estava exercendo sua tarefa social de geração de renda e trabalho.
As famílias que reocuparam a fazenda tem a missão de fazer a terra exercer sua função social e ressignificar a terra que antes servia para contrapor a lei e que, a partir de agora, vai gerar alimentos saudáveis e vida digna para o povo do campo.
Para Abraão Brito, dirigente regional do MST, a luta pela terra significa trazer de volta os sonhos de várias famílias. “A terra é a esperança de um futuro digno e uma vida livre, quando ocupamos estamos dizendo ao povo que a esperança permanece viva, e que não é proibido sonhar”.
“A terra é a liberdade desse sistema opressor que só quer afundar cada vez mais a classe trabalhadora, ao contrário a terra, mantém nossa utopia acesa e nosso horizonte cada vez mais palpável”, conclui Brito
O Movimento exige que a terra seja desapropriada e destinada às famílias acampadas na área.