Agricultores do MST e MPA ocupam pátio do Incra em Porto Alegre
Por Setor de Comunicação do MST no Rio Grande do Sul
Da Página do MST
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) ocuparam, na manhã desta segunda-feira (9), o pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre (RS).
Centenas de camponeses de diversas regiões do estado começaram a chegar ao local por volta das 6h45, com o objetivo de exigir a retomada da reforma agrária. Conforme Ildo Pereira, da direção nacional do MST, desde 2016 não foi desapropriada nenhuma área no estado. Ele ainda destaca que o fim de programas tem prejudicado o desenvolvimento produtivo e econômico dos assentamentos.
“O que temos hoje é um desmonte total da reforma agrária. O governo abandonou as famílias acampadas e os assentamentos, que sofrem pela falta de infraestrutura e investimento. Queremos políticas que deem suporte à nossa produção de alimentos e que também viabilizem a permanência no campo, com trabalho, renda, educação”, ressalta Pereira.
Os trabalhadores reivindicam o assentamento das famílias cadastradas junto ao Incra, mediante desapropriação de áreas já vistoriadas e constatadas como improdutivas. Além disso, querem a retomada da assistência técnica, a manutenção do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e medidas do governo federal que amenizem os prejuízos da estiagem.
Segundo Pereira, os integrantes do MST e do MPA não têm previsão para desocupar o pátio do Incra. “Permaneceremos aqui até termos soluções concretas às nossas pautas”, salienta. Ele acrescenta que devem solicitar audiência com representantes da autarquia e do governo do Estado.
Reivindicações do MST e MPA ao governo federal
- Desapropriação de áreas já vistoriadas e constatadas como improdutivas para assentamento das famílias acampadas;
- Entrega de cestas básicas e lonas às famílias acampadas;
- Acesso de famílias assentadas ao Crédito Instalação, Fomento Mulher e Pronaf A;
- Criação de programa para construir e reformar casas nos assentamentos;
- Continuidade do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera);
- Retomada do Programa de Assistência Técnica, Ambiental e Social (ATES) nos assentamentos;
- Recursos e óleo diesel para a manutenção de máquinas agrícolas, a fim de recuperar estradas nos assentamentos;
- Perfuração de poços artesianos e construção de redes de distribuição de água às famílias atingidas pela estiagem e abertura de bebedouros aos animais.