Agricultores do MST e MPA ocupam pátio do Incra em Porto Alegre

Ação reivindica a retomada da reforma agrária e solução à estiagem
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Famílias camponesas sofrem com omissão do Incra/ Foto: Leandro Molina

Por Setor de Comunicação do MST no Rio Grande do Sul
Da Página do MST

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) ocuparam, na manhã desta segunda-feira (9), o pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Porto Alegre (RS).

Centenas de camponeses de diversas regiões do estado começaram a chegar ao local por volta das 6h45, com o objetivo de exigir a retomada da reforma agrária. Conforme Ildo Pereira, da direção nacional do MST, desde 2016 não foi desapropriada nenhuma área no estado. Ele ainda destaca que o fim de programas tem prejudicado o desenvolvimento produtivo e econômico dos assentamentos.

“O que temos hoje é um desmonte total da reforma agrária. O governo abandonou as famílias acampadas e os assentamentos, que sofrem pela falta de infraestrutura e investimento. Queremos políticas que deem suporte à nossa produção de alimentos e que também viabilizem a permanência no campo, com trabalho, renda, educação”, ressalta Pereira.

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Ocupação deve permanecer até que pautas sejam atendidas/ Foto: Leandro Molina

Os trabalhadores reivindicam o assentamento das famílias cadastradas junto ao Incra, mediante desapropriação de áreas já vistoriadas e constatadas como improdutivas. Além disso, querem a retomada da assistência técnica, a manutenção do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e medidas do governo federal que amenizem os prejuízos da estiagem.

Segundo Pereira, os integrantes do MST e do MPA não têm previsão para desocupar o pátio do Incra. “Permaneceremos aqui até termos soluções concretas às nossas pautas”, salienta. Ele acrescenta que devem solicitar audiência com representantes da autarquia e do governo do Estado.

Reivindicações do MST e MPA ao governo federal

  1. Desapropriação de áreas já vistoriadas e constatadas como improdutivas para assentamento das famílias acampadas;
  2. Entrega de cestas básicas e lonas às famílias acampadas;
  3. Acesso de famílias assentadas ao Crédito Instalação, Fomento Mulher e Pronaf A;
  4. Criação de programa para construir e reformar casas nos assentamentos;
  5. Continuidade do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera);
  6. Retomada do Programa de Assistência Técnica, Ambiental e Social (ATES) nos assentamentos;
  7. Recursos e óleo diesel para a manutenção de máquinas agrícolas, a fim de recuperar estradas nos assentamentos;
  8. Perfuração de poços artesianos e construção de redes de distribuição de água às famílias atingidas pela estiagem e abertura de bebedouros aos animais.