MST lamenta o falecimento do lutador e amigo, Agnor Bicalho
Da Página do MST
O MST vem a público manifestar profundo pesar pela partida do grande lutador Agnor Bicalho , nosso querido Parafuso. Com seu sorriso largo, Parafuso se moldou nas trincheiras da luta, construindo o sonho da terra repartida.
A nossa homenagem é também estendida aos familiares, amigos/as e companheiros/as de luta, mas, especialmente, a Dona Maria, mulher, esposa, mãe, avó, companheira, amiga incansável presente em todos os momentos da vida e da militância do companheiro Parafuso.
Parafuso construiu sua vida na fé e na luta. Nos dizia que a palavra de Deus pode ser revolucionária quando estiver presente na organização do povo.
Acreditando na força dos campesinos e da classe trabalhadora, participou da criação da CPT (Comissão Pastoral da Terra), em 1975. Em 1981, momento de luta contra as barragens de Itaipu e Tucuruí que desabrigaria 30 mil pessoas, estava lá, firme na luta, dali, nos pés de uma Mangueira, surgiu a ideia da criação do MST.
A partir daí nunca mais parou, assim, como Parafuso participou do ato de criação do MST em 1984, também esteve presente no dia a dia da organização do povo, nas periferias, nos acampamentos e assentamentos, articulados do campo e da cidade.
Sua presença nos ensinou que não há lugar para a morte das ideias. Ele caminhava de lugar em lugar, levantado os ânimos, os braços e abraços. E junto de si o Jornal Sem Terra, pois acreditava que a leitura era parte fundamental na formação da consciência e na transformação social.
Parafuso, você nos ensinou que: “nós, do MST, plantamos uma planta nova, que vai vingar”.
Temos a certeza de que sua luta não foi em vão. Sua morada agora é em cada passo da luta pela terra, pois continuaremos seu legado.
Até a vitória, sempre!
Chapecó, 18 de março de 2020
Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra – MST