MST repudia assassinato de líder indígena, no Maranhão
Os trabalhadores e trabalhadoras do MST no Maranhão divulgam nota de repúdio e denúncia pelo assassinato do líder indígena, conhecido como TI Araribóia, Zezico Rodrigues Guajajara. Ele foi assassinado com tiros de espingarda nesta terça-feira (31), próximo à aldeia Zutiua, no município de Arame (MA).
Conforma a nota, o líder indígena também foi diretor do Centro de Educação Indígena Azuru e dedicou sua vida à luta por educação e territórios aos povos indígenas. “Professor dedicado, rompeu fronteiras e atuou fortemente em denúncias contra crimes ambientais no estado”, denuncia.
O assassinato de Zezico ocorre a menos de quatro meses do assassinato de outro líder indígena da mesma terra, Paulino Guajajara, assassinado em novembro do ano passado.
Segundo o documento, isso demonstra uma ação coordenada de eliminação de dirigentes indígenas no Estado do Maranhão. Ao todo, foram registrados quatro assassinatos de lideres indígenas no estado, em cerca de quatro meses.
Nota de repúdio e pesar pelo assassinato do líder indígena Zezico Guajajara
Nós, trabalhadores e trabalhadoras, militantes sociais, lutadoras e lutadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denunciamos e condenamos o assassinato do líder indígena da TI Araribóia, Zezico Rodrigues Guajajara, assassinado brutalmente com tiros de espingarda nesta terça-feira (31), próximo à aldeia Zutiua, no município de Arame (MA).
Diretor do Centro de Educação Indígena Azuru, Zezico dedicou sua vida à luta por educação e territórios aos povos indígenas. Professor dedicado, rompeu fronteiras e atuou fortemente em denúncias contra crimes ambientais no estado.
Em meio a esse cenário de colapso mundial, que se aprofunda em nosso país e em nossos territórios, é ainda mais revoltante ter que enfrentar esta ação criminosa, orquestrada pelos organizadores da morte, os representantes dos interesses do agronegócio e do grande capital no Maranhão.
O assassinato de Zezico acontece, ainda, às sombras do luto do também líder indígena, Paulino Guajajara. “Guardião da Floresta” da mesma terra indígena, Paulino foi assassinado em novembro de 2019. Com isso, somam-se quatro assassinatos de lideranças indígenas somente no Maranhão, em pouco mais de quatro meses.
O assassinato de Zezico não pode ficar impune!
Nenhum assassinato pode ficar impune!
Exigimos das autoridades que sejam tomadas as providências necessárias para esclarecer a ação criminosa e punir seus mandantes e executores, bem como garantir a proteção à vida e aos territórios indígenas do Maranhão.
O MST se solidariza com a terra indígena Araribóia, com o povo Guajajara e com toda a nação indígena pela irreparável perda do companheiro de luta, Zezico Rodrigues Guajajara. Denunciamos o assassinato de mais um lutador defensor da vida e do bem comum. Pela floresta em pé e os povos vivos, resistiremos!
*Edição: Solange Engelmann