Documentário retrata vida de ativista assassinado por lutar contra o uso de agrotóxicos no Ceará
Da Página do MST
O Ceará foi o primeiro estado brasileiro a proibir a pulverização aérea de agrotóxicos nas plantações, por meio da lei Zé Maria do Tomé (16.820/19). No entanto, a vitória das comunidades agricultoras contra o veneno foi vencida à muito custo. A lei leva o nome do ativista José Maria do Tomé, assassinado no dia 21 de abril de 2010 com 20 tiros à queima roupa por lutar contra o agronegócio da região. Após dez anos da tragédia, a história do líder comunitário pode ser conhecida no documentário “Doce Veneno”.
O documentário independente é da cineasta cearense Waleska Santiago e foi inspirado na reportagem investigativa “Viúvas do Veneno”, publicada em 2013 e de autoria do jornalista Melquíades Júnior, que também participou como produtor do filme.
A reportagem que serviu de base para o documentário ganhou diversos prêmios por retratar os problemas de saúde da população de Limoeiro do Norte. A pequena cidade é conhecida por produzir e exportar frutas para países ricos ao redor do globo. O uso de agrotóxicos em larga escala pulverizados nas plantações é indicado por cientistas como responsável pelo aparecimento de doenças crônicas, crianças nascidas com má formação, puberdade precoce e câncer nos moradores e agricultores da região.
“Doce Veneno” já foi lançado nos EUA e em breve será exibido na Alemanha e Canadá. O lançamento nacional estava previsto para ocorrer no mês de abril, exatamente dez anos após o assassinato de Zé Maria do Tomé, mas precisou ser adiada por conta da pandemia do Coronavírus.
*Editado por Luciana Console