Sem apresentar alternativas de renda, prefeito haitiano limita feiras em Porto Príncipe e população protesta
Por Brigada Dessalines*
Da Página do MST
Nesta quinta-feira (23), por volta das 12 horas (horário local), as ruas de Pétionville, cidade distrito da capital Porto Príncipe, Haiti, foi ocupada por centenas de trabalhadores e trabalhadoras feirantes em protesto contra a fome.
A manifestação foi provocada por conta da decisão do prefeito da cidade, Dominik Senwòk, de limitar o funcionamento das feiras para somente terças, quintas e sábados, até às 14 horas. A determinação foi criada como medida de segurança na prevenção da COVID-19.
No entanto, a medida não veio acompanhada de propostas de alternativa de renda para os feirantes, demostrando a completa falta de respeito por parte do prefeito, que segue como o presidente Jovenel Moïse: sem dar assistência à população.
Os problemas enfrentados pelo povo haitiano na última década são inúmeros. Entre eles, um terremoto, uma intervenção militar (ONU-MINUSTAH) e uma epidemia de cólera, somando-se à postura do presidente Jovenel Moïse de obediência aos Estados Unidos. Além disso, há o desafio recente de enfrentamento à COVID-19.
De acordo com Camille Chalmers, dirigente político do Fórum Patriótico, “92% do emprego em Porto Príncipe é informal, a maioria da população vive de atividades diárias para poder administrar financeiramente suas vidas”. Neste contexto, ele afirma que muito mais que medidas de isolamento, são necessárias medidas que assegurem a sobrevivência da população haitiana.
A manifestação do dia 23 de abril vem como um anúncio de como serão os tempos de COVID-19 no Haiti, país onde o povo já enfrenta muitos problemas sociais, principalmente relacionados às condições de trabalho e à luta contra a fome.
* Com informações do Vant Bèf Info (VBI)
** Editado por Luciana Console