MST e MAM distribuem cestas para sete comunidades de Porto Alegre
Por Maiara Rauber
Da Página do MST
O número de pessoas infectadas pelo coronavírus só aumenta nas periferias de todo o Brasil. Em contraponto, ações de solidariedades de movimentos sociais e entidades nesses locais seguem ajudando quem mais precisa. Nesta sexta-feira, 22, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), doaram mais de 30 cestas para famílias de comunidades da Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O grupo tomou todas as medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde, para não pegar e não transmitir o vírus.
Para Geronimo da Silva, dirigente estadual do MST, as ações de solidariedade organizada pela plataforma Periferia Viva, vem de uma tarefa histórica do movimento, que é a distribuição de alimentos. “Aqui na região metropolitana de Porto Alegre já distribuímos mais de 40 toneladas de alimentos e vamos continuar essas ações. Estamos notando o avanço do coronavírus e também o crescimento da fome em famílias vulneráveis.” declara o Sem Terra.
Outra ação que as organizações vêm realizando é despertar nas organizações e nas pessoas um grau de humanidade. “Nós precisamos organizar a solidariedade e a partir disso fazer um trabalho nas periferias. Não só de doações mas também de organização para que as pessoas lutem pelas políticas públicas”, afirma Silva.
Entre os alimentos doados para as comunidades estavam, o arroz orgânico, cebola, feijão, suco, farinha de milho, açúcar, produtos de higiene, limpeza e outros.
Essa ação contou com uma doação de 8 toneladas de cebola e uma tonelada de abóbora, de uma parceria entre o MAM de São José do Norte, região Norte do estado gaúcho, com o MST da região Metropolitana de Porto Alegre.
De acordo com Michele Martins, militante do MAM, a cebola e abóbora são produtos de agricultores familiares que estão em conflito com o Projeto Retiro da mineradora Rio Grande Mineração (RGM). “Estes produtos foram adquiridos através de uma campanha em apoio à agricultura familiar, para o fortalecimento da produção deste território que vem sofrendo a pressão das mineradoras desde 2014” destaca.
Ainda segundo Michele, para combater o avanço da mineração os agricultores vêm se auto-organizando como forma de fortalecer seu território e produzir comida, que é essencial para a vida.
Os alimentos serão colocados em cestas básicas, organizadas pela campanha Periferia Viva e distribuídas em vários pontos de Porto Alegre.
A distribuição dos alimentos também será realizada pelos Amigos da Terra Brasil, que repassaram para a Frente Quilombola da capital gaúcha e para o Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Além disso, as cestas serão distribuídas à comunidades indígenas, para famílias da Ocupação Povo Sem Medo e da Vila Nazaré.
Já o Congresso do Povo vai entregar cestas a partir da União de Vilas, para aproximadamente 15 associações de moradores da Grande Cruzeiro, segundo Ronaldo Schaeffer. Essa ação ajudará 300 famílias que estão em situação de vulnerabilidade.
Por fim o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do RS (Consea/RS), se une as doações, no combate à fome, tendo como objetivo fortalecer as ações no enfrentamento às consequências da pandemia, em especial o acesso aos alimentos.
*Editado por Fernanda Alcântara