Plantar, colher e distribuir: conexão solidária entre campo e periferia
Regional Metropolitana do MST de Minas Gerais participa de ações de solidariedade junto às periferias de Belo Horizonte

Por Agatha Azevedo
Da página do MST
No dia 05 de junho, dia mundial do meio ambiente, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra promoveu ações de solidariedade junto a parceiros que atuam nas periferias de Belo Horizonte, a fim de conectar ainda mais campo e cidade. As ações, que são permanentes, foram reforçadas no dia 05 para potencializar o lançamento do Plano Emergencial de Reforma Agrária Popular. Ao todo foram 350kg de alimentos saudáveis do MST distribuídos nesse dia.
Dois contra o mundo
No dia 05 de junho, o MST e o projeto “Dois contra o mundo” estiveram no Alto Vera Cruz, periferia de Belo Horizonte, para apoiar o grupo Meninas de Sinhá, que promove a integração de mulheres idosas através da arte, da cultura e da música. Wagner Vieira, da direção estadual do MST, afirma que esse é um compromisso da reforma agrária. “Todos os produtos que nós doamos são sem agrotóxicos, saudáveis, para alimentar as pessoas e nos fortalecer para combater o coronavírus e aumentar a nossa resistência”, conta.
O projeto “Dois contra o mundo” é uma parceria da Defensoria Pública de Minas Gerais com universitários e representantes locais. Durante a pandemia, o projeto leva alimentos saudáveis para seis comunidades de Belo Horizonte. Esses alimentos vem das áreas de reforma agrária, e são adquiridos a partir da parceria do projeto com a Regional Metropolitana Milton Freitas e com o Armazém do Campo BH. O defensor público Hélio da Gama afirma que essas atividades são para fortalecer a presença da Defensoria Pública nas periferias, e os direitos das pessoas.
O “Dois contra o mundo” tem a participação de estudantes dos cursos de Direito e de Assistência Social, que moram nas localidades, além de representantes de seis aglomerados da capital: Alto Vera Cruz, Pedreira Prado Lopes, Morro das Pedras, Morro do Papagaio, Sumaré e Conjunto Santa Maria. O programa está em desenvolvimento e tão logo terminem as medidas restritivas de proteção à saúde em decorrência da pandemia, haverá encontros com todos os parceiros para traçar as primeiras ações.
Para conhecer, acesse: https://defensoria.mg.def.br/
Sociedade do Bem Viver
A fim de construir uma grande rede de solidariedade, conectando pessoas do campo, da floresta e da cidade em todo o país, o “Mutirão do Bem Viver em resposta à pandemia” está distribuindo cestas agroecológicas, alimentos não perecíveis e produtos de higiene para comunidades precarizadas desde o início de abril. Em Belo Horizonte, a produção Sem Terra é uma das principais fornecedoras do projeto, são 200 kg de alimentos por semana. No dia do Lançamento do Plano Emergencial, o MST contribuiu com ainda mais produtos agroecológicos para as comunidades.
Fábio Nunes, do setor de produção da regional metropolitana afirma que mais que um princípio do Movimento, a solidariedade é um dever, especialmente durante a pandemia. “Produzir alimentos saudáveis é uma coisa que está intrinseca aos nossos objetivos, nossa reforma agrária popular quer cuidar do meio ambiente e dos nossos territórios, e também trazer alimentos saudáveis para toda a sociedade. É uma satisfação que as pessoas da cidade também tenham o acesso a esses alimentos saudáveis. Pra nós, essa é a materialização da reforma agrária popular: produzir alimentos e fazer com que eles cheguem a quem realmente precisa.”, explica.
Segundo o grupo, as atividades continuarão durante toda a pandemia. A Sociedade do Bem Viver mantém ativas as Comunidades Agroecológicas que conectam moradores da cidade aos produtores do campo. Em Brasília e em Santa Catarina, elas existem desde 2019. Por elas, qualquer pessoa pode se associar a agricultores familiares em assentamentos e territórios indígenas contribuindo com uma cota mensal e recebendo cestas semanais com produtos orgânicos. As comunidades agroecológicas e o mutirão se complementam e pretendem garantir soberania do campo, autonomia dos povos, segurança alimentar e nutricional de comunidades, regeneração de florestas e produção de alimentos saudáveis.
Para conhecer, acesse: http://vaka.me/962531

*Editado por Fernanda Alcântara