MST doa 6 toneladas de alimentos saudáveis em Lages, Santa Catarina
Por Coletivos de Comunicação MST/SC
Da Página do MST
Nesta semana, mais de seis toneladas de alimentos foram doadas pelo MST para famílias que moram na Comunidade Nossa Senhora de Lourdes, periferia de Lages, região serrana de Santa Catarina (SC).
Dia 9, terça-feira, 18 tipos de alimentos chegaram na comunidade. Os mesmos foram produzidos em assentamentos da reforma agrária localizados nos municípios de Correia Pinto, Curitibanos, Fraiburgo, Lebon Régis e Ponte Alta. Parte deles organizados e processados pela Coopercontestado (Cooperativa dos Assentados da Região do Contestado) e pela Cooperoeste (Cooperativa de Produção, Industrialização e Comercialização União do Oeste).
Os alimentos foram recebidos no salão paroquial pelo bispo, pelas irmãs franciscanas, integrantes do Centro de Direitos Humanos e Cidadania Irmã Jandira Bettoni, da Cáritas, da Frente Brasil Popular e da Associação de Moradores da Comunidade Nossa Senhora de Lourdes. No dia 10, os colaboradores organizaram os alimentos em cestas, que foram distribuídas na comunidade no dia seguinte.
Mara Godói Anastácio, do conselho comunitário, tratou da importância de receber os alimentos. “Estamos muito agradecidos por esses alimentos que a gente recebeu, nós não imaginávamos que íamos receber tanto! A nossa comunidade tem muitas pessoas que precisam, que passam fome, que passam necessidade. Se tivessem mais movimentos como este, com certeza teria menos fome em nossa cidade e em nosso Brasil”, afirmou.
Sobre a Solidariedade e o Plano Emergencial de Reforma Agrária
O bispo Guilherme Werlang, da diocese de Lages, defendeu a importância da Reforma Agrária. Por um lado porque “hoje, o que é oferecido ao povo, não só ao povo brasileiro, é veneno sobre a mesa e a agricultura familiar e o MST tem mostrado que produção de alimentos saudáveis é possível na pequena agricultura”. Por outro lado, o bispo afirmou que “ninguém é dono da terra e a hora que nós tivermos a justiça social, nós vamos ter um país de paz. Não vai ser com armas na mão, mas vai ser com a justiça”, concluiu ele.
Vilson Santin, da direção do MST, reforçou que os produtos organizados são frutos da organização do povo, que há 35 anos vem construindo o Movimento Sem Terra e a Reforma Agrária em Santa Catarina. Tratou ainda da importância do envolvimento de cada assentado e cada assentada, bem como em cada membro da comunidade no processo.
Por fim, Vilson se emocionou ao tratar de como a solidariedade traz coisas que surpreendem positivamente. “Se armou um temporal, o bispo, o padre, a irmã, todos ajudaram a descarregar os alimentos”. Ele também contou um episódio com um rapaz que vendia artesanato. “Chegou um rapaz vendendo artesanato, que ele faz com latinha de cerveja, mora no bairro. Parou, ficou olhando e quando a gente começou a descarregar, o tempo foi se armando pra chover, ele começou a ajudar a carregar os alimentos. Começou a contar sua história, desempregado. Organizamos uma cesta pra ele, quisemos arrumar mais e ele disse ‘não, o que eu necessito é isso, tem outros também precisando’. Só a felicidade dele já valeu, mas é preciso que a terra e o alimento sejam direitos assegurados para todos”, finalizou.
*Editado por Luciana G. Console