Em Joaquim Gomes (AL), assentados barram tentativa de compra de lotes
Por Gustavo Marinho
Da Página do MST
“Estamos aqui em defesa da Reforma Agrária”. Essa é a frase que se destaca no assentamento Fidel Castro, em Joaquim Gomes, Zona da Mata de Alagoas, em denúncia à tentativa de compra e venda de lote na área.
Segundo as famílias assentadas, a tentativa de compra do lote partiu de familiares de políticos da região que negociaram com um dos agricultores que deixou o assentamento. Desde que souberam da possibilidade da negociação, assentados e assentadas ocuparam o lote que supostamente seria vendido e, coletivamente, assumiram a defesa da área.
Os assentados e assentadas denunciaram ainda o caso ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), para que o órgão tome as medidas necessárias.
O assentamento Fidel Castro, antiga Fazenda Pimentas, existe desde 2007 e foi ocupado pela primeira vez em junho de 2004 por trabalhadores e trabalhadoras rurais organizados no MST. Hoje vivem 46 famílias no local, todas elas conquistaram a terra resultado da luta e da organização no Movimento.
Repudiando e denunciando a venda de lotes, o MST reafirma que essa não é a prática da organização que ao longo da história faz a luta concreta pela terra e pela Reforma Agrária, em especial a partir das ocupações de terra.
De acordo com nota publicada pelo Movimento em resposta às denúncias de venda de lotes no ano de 2019, a organização destaca sua posição de fazer a denúncia e combater a venda de lote em seus territórios. “Compreendemos que o papel da Reforma Agrária é propiciar vida digna às famílias, com lazer, educação, trabalho e renda, e fazer com que a terra cumpra a sua função social na produção de alimentos saudáveis, o que é uma realidade nos assentamentos, ainda que com sucessiva falta de apoio dos governos”.
A venda de lotes da Reforma Agrária é crime Federal e cumpre pena tanto o comprador quanto o vendedor da área, o processo é fiscalizado e acompanhado pelo INCRA.
*Editado por Fernanda Alcântara