“Ser mulher negra no Brasil é uma prova de resistência diária”, afirma assentada
Por Maiara Rauber
Da Página do MST
Mulher, negra, assentada, feminista e mãe, essa é Silvia Reis Marques. A Sem Terra contou para a Página do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) um pouco da sua trajetória e de suas bandeiras.
Silvia é integrante do MST desde 2001. Acampou durante seis anos até chegar, em 2007, a conquista do seu assentamento. Há 12 anos no Assentamento Everton Pereira, em Bossoroca, no Rio Grande do Sul, ela vive com seu companheiro Vilmar Cristiano de Matos e seus dois filhos, Vitória Carolina Marques de Lima e Victor Marques de Lima.
A camponesa relata um pouco de como leva a vida como assentada. “Nós trabalhamos com a diversificação de alimentos, mandioca, batata, horta, milho verde, frutas, também criamos porco e galinha. Mas a nossa principal renda é o leite”, assinala Silvia. Segundo ela, esse é um dos objetivos da Reforma Agrária, produzir para o autossustento e para a geração de renda.
“Ser uma mulher negra, camponesa, assentada do MST é uma oportunidade onde a gente se encontra como sujeito de luta e de ter uma vida digna”, descreve a Sem Terra. Silvia ainda fala sobre as relações construídas no Movimento, pois segundo ela, o modo como se organizam e na própria produção da agricultura familiar, liberta os militantes, superando todas as formas de preconceito.
Silvia, enquanto mulher negra, relata, como todas as suas iguais, que são as que mais sofrem com o preconceito e com as desigualdades. “Ser mulher negra no Brasil é uma prova de resistência diária, e seguimos enfrentando todas as formas de violência” aponta.
Por isso, ela segue empunhando suas bandeiras de luta. Ao olhar para a classe trabalhadora, a assentada reforça a necessidade da Reforma Agrária e do direito pela terra. “Luto por por uma sociedade justa, igualitária e socialista”, frisa Silvia. Outra batalha defendida pela camponesa, é o combate de todas as formas de violências sofridas pelas mulheres, a luta pelo direito e por igualdade. Só assim, será possível construir uma sociedade justa e igualitária. “Por isso a nossa principal luta é por uma sociedade transformada” assinala.
*Editado por Luciana G. Console