Movimentos doam 2 toneladas de alimentos para 200 famílias em Montes Claros (MG)
Por Laura Murta
Da Página do MST
No último sábado, dia 25 de julho, em comemoração ao Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural, movimentos sociais de Montes Claros e do Norte de Minas Gerais realizaram uma ação de solidariedade distribuindo 2 toneladas de alimentos no bairro de São Geraldo II, região periurbana da cidade.
Um trabalho coletivo, coordenado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e pelo Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA), com o apoio da Comissão Pastoral da Terra, Pastoral da Criança e da Comissão Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais.
A ação arrecadou quase duas toneladas de alimentos produzidos por famílias agricultoras de áreas de assentamento e acampamento do MST nos municípios de Montes Claros, Bocaiuva, Olhos D’Água, Engenheiro Navarro e Pedras de Maria da Cruz, e por famílias geraizeiras da região do Alto Rio Pardo, na Escola de Experimentação mantida pelo Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas.
Alimentos que vão saciar a fome de aproximadamente 200 famílias acompanhadas pela Pastoral da Criança no São Geraldo II e que estão, em virtude da pandemia, em situação de extrema vulnerabilidade social.
A agricultura familiar é responsável pela produção de cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa do povo brasileiro. Homens, mulheres e jovens que desejam permanecer no campo com trabalho e renda e, sobretudo, apoio e incentivo na forma de política de Estado.
“A ação de solidariedade do último sábado é a materialização de uma rede de solidariedade, formada pela sociedade civil, de socorro ao povo mais necessitado, de amparo às famílias que os governos municipal, estadual e federal são incapazes e não tem vontade política de alcançar. Nos fez lembrar os velhos tempos e a urgência de recuperarmos a nossa soberania com a unidade e sinergia das lutas sociais”, comenta Samuel Costa, da Coordenação Regional do MST.
Para a representante do Centro de Agricultura Alternativa, Joeliza de Brito, a ação, mais do que um ato celebrativo, aponta para a necessidade da participação e da articulação de todos os segmentos da sociedade civil como forma de intervenção e apoio aos mais impactados pela crise sanitária e econômica da Covid-19.
“Essa ação aponta que o caminho para salvar os mais fragilizados, os mais impactados pela pandemia, será o de ações em rede. No mundo inteiro tem sido assim. E aqui no Norte de Minas com as experiências que já acumulamos, como a da Articulação Rosalino, não seria diferente”.
A comissão da Pastoral da Criança acompanha em toda cidade de Montes Claros cerca de 9 mil famílias, com crianças de até cinco anos de idade, em extrema vulnerabilidade social. Participaram da ação de solidariedade a Arquidiocese de Montes Claros, o Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Social da Unimontes e a UJR – União da Juventude Rebelião.
*Editado por Yuri Simeon