Alagoas inicia primeiro curso da Escola Popular de Teatro
Da Página do MST
Iniciativa construída pelo Laboratório Alagoano de Teatro do Oprimido (LATO) e o MST, a Escola Popular de Teatro iniciou neste último sábado (5/9) sua primeira atividade em Alagoas, na perspectiva da formação de multiplicadores em Teatro Popular.
O curso “Teatro Popular & o Fio de Ariadne”, faz analogia ao Mito Grego em que a princesa Ariadne, a partir de seu fio vermelho, permitiu a saída de Teseu do labirinto do minotauro. Traduzido para os dias atuais, o curso relaciona o fio com o teatro, utilizando esta arte como possível condutora para contribuir com as possíveis saídas dos labirintos em que a sociedade vive hoje.
A iniciativa, voltada ao público em Alagoas que atua em comunidades, associações, movimentos e nas diversas organizações sociais, será composta por sete aulas online. A partir das técnicas, práticas e exercícios no campo do Teatro Popular, o curso possibilitará uma ampla formação prática e teórica para a aplicação da metodologia da linguagem teatral nas experiências de organização popular dos educandos e educandas.
“Abrir esta Escola Popular de Teatro, em um contexto de pandemia e genocídio de 120 mil pessoas, é um ato de ofensiva ao neofascimo, ao fundamentalismo religioso e ao punitivismo penal que detém o poder sobre grande parte do estado brasileiro. Mais que isso, é um modo de descobrir, criar e cultivar elos, alianças e redes com atores e atrizes sociais com os/as quais podemos aprender e ensinar enquanto caminhamos juntos para fora deste labirinto em que nos encontramos”, destaca um trecho do texto de apresentação do Curso.
As aulas quinzenais devem ocorrer até o mês de novembro, perpassando pelos diversos temas e experiências do Teatro Político, contando com militantes, atores, atrizes e professores no corpo de educadores e educadoras do processo.
A aula inaugural do curso, com o tema “Teatro, Indústria Cultural e Hegemonia”, contou com a assessoria do professor da Universidade de Brasília (UnB) Raffael Litvin Villas. Além desse debate, ainda integra o cronograma de aulas, os debates sobre “Teatro Político, Memória e Periferia”, “A práxis do Teatro do Oprimido”, “Teatro Épico de Brecht, Teatro e Comunidade”, “Riso Subversivo, Clowns e Palhaçaria” e “Artivismo, Capoeira e Ancestralidade”.
Cultura em emergência
Como parte das atividades da Escola Popular de Teatro, um amplo debate deve ocorrer no próximo dia 12 de setembro, envolvendo trabalhadores e trabalhadoras da cultura de Alagoas. No mote de aprofundar as reflexões sobre os desafios do setor, o debate “A luta dos/as trabalhadores da Cultura e a Lei Emergencial de Cultura” pretende reunir diversos sujeitos do movimento cultural alagoano para construções de reflexões coletivas sobre os caminhos de luta da categoria.
A atividade será aberta para o público e integra uma série de outras iniciativas de debates mais amplos junto aos trabalhadores e trabalhadoras da cultura e com o conjunto da sociedade.