Em meio à pandemia, MST em MG funda mais uma cooperativa
Por Matheus Teixeira
Da Página do MST
Afirmando o compromisso de produzir comida de verdade, produtos sem venenos e agroecológicos, avançando sempre no trabalho coletivo e apostando nele como um potencial organizativo da classe trabalhadora, o MST no Vale do Rio Doce, leste de Minas Gerais, se desafiou a retomar os processos organizativos para fundação da cooperativa regional, iniciados no início do ano e interrompidos devido à pandemia.
“A fundação da Cooperativa é um passo importante na construção das estratégias de resistência camponesa nos territórios de reforma agrária do Vale do rio Doce. A nossa tão sonhada CooperUatu nasce da necessidade de um instrumento jurídico que facilite a organização da comercialização de alimentos produzidos pelo povo Sem Terra”, afirma Raquel Vieira, da direção regional do setor de produção.
Carregada de esperanças luta e trabalho, a cooperativa, fundada nesta sexta-feira (26) de forma virtual, recebeu o nome de CooperUatu, Watu-Uatu que no dialeto dos povos originários da região – os Krenak – dá nome ao Rio Doce. O mesmo rio que, em novembro de 2015, foi devastado com rejeitos de minérios devido ao rompimento da barragem de Fundão em Mariana. O complexo de barragens de rejeitos é um dos maiores da América Latina, e pertence a Samarco, BHP Billinton e Vale.
“Enfim nasceu nossa cooperativa regional. Parto difícil, como todo parto de criança grande, mas já nasceu forte trazendo na sua essência a força das águas do nosso amado Rio Doce. Foi gestada por um longo período para nascer na primavera. Que nossas ações possam florescer trazendo vida nova ao nosso Uatu, pois mais do que nunca, somos semeadores e semeadoras de esperança. Viva a CooperUatu! Viva nossa luta e resistência”, diz Lucia Martins, uma das cooperadas e sócia fundadora.
Fruto de muito trabalho coletivo, articulações e encontros online, a sonhada cooperativa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais da regional Vale do Rio Doce se concretiza e atenderá assentados e acampados de todo o médio Rio Doce.
*Editado por Fernanda Alcântara