Marmitaço leva alimentos saudáveis para a população da cidade de SP
Da Página do MST
Entre os dias 12 e 18 de outubro o Coletivo Banquetaço, que é composto por mais de cem organizações populares do terceiro setor e da sociedade civil, lançaram a campanha: “Gente é para brilhar, não para morrer de fome”.
A ideia da mobilização foi aproveitar o Dia Mundial da Alimentação Saudável para renovar o enfrentamento a fome no país e promover ações contra o desmonte de políticas públicas de promoção da soberania alimentar pelo governo Bolsonaro e do aumento do número de pessoas em situação de fome na pandemia.
A ação, que é parte de uma jornada nacional, foi construída pela Campanha Periferia Viva e pelos movimentos que a compõem.
Integrantes da campanha, o Movimento Sem Terra e o Armazém do Campo-SP distribuíram cerca de 750 quilos de arroz, 250 quilos de feijão, 120 quilos de farinha de mandioca, 250 pacotes de cuscuz, além de verduras frutas e legumes produzidos nos acampamentos e assentamentos do Movimento da cidade de São Paulo.
Foram distribuídas refeições nas comunidades do Boqueirão e do Jardim São Savério, zona sul da cidade. Já na zona norte, o MST e a Livraria e Editora Expressão Popular entregaram 200 marmitas e 100 livros para ocupação de imigrantes coordenada pela AMIC (Associação dos Migrantes pela Integração Comunitária). No Brás, região central da cidade, foram distribuídas 50 marmitas pela campanha.
O local será a sede de uma das 100 bibliotecas populares impulsionadas pela editora Expressão Popular.
João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST, ajudou no preparo das marmitas que foram distribuídas fazendo o seu tradicional arroz carreteiro.
Stedile, frisou a importância das mobilizações e campanhas de solidariedade realizadas em todo o país pelo MST desde o início da pandemia do novo coronavírus.
“Acesso à alimentos saudáveis é um direito! Todo brasileiro tem direito de comer bem e a Reforma Agrária Popular. O MST tem como missão produzir alimentos saudáveis e garantir esse acesso para todos os brasileiros”, disse durante o preparo do prato.
Como parte da programação, o padre Júlio Lancelotti conduziu um ato inter-religioso em sua Pastoral do Povo da Rua, localizada no Centro da cidade.
Diversos outros chefes e culinaristas participaram das ações que aconteceram também em outras capitais do país. Além disso, foram realizados painéis com pesquisadores, cozinheiros, nutricionistas e especialistas em alimentação para discutir temas como educação alimentar e valorização da cultura alimentar brasileira.
Dia Mundial da Alimentação
O dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação, foi criado para lembrar a criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em 1945.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 821 milhões de pessoas passavam fome no planeta em 2018.
No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depois de recuar em mais da metade em uma década, a fome voltou a se alastrar pelo Brasil. Em cinco anos, aumentou em cerca de 3 milhões o número de pessoas sem acesso regular à alimentação básica, chegando a, pelo menos, cerca de 10,3 milhões o contingente nesta situação.
Acompanhe o preparo do arroz carreteiro com João Pedro Stedile:
*Editado por Wesley Lima